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Tarcísio começa primeira transição de governo de SP em quase três décadas

Desde 1995, quando Fleury Filho, do PMDB, passou o bastão a Mário Covas, o PSDB governava o estado sem rupturas

Desde 1994, Geraldo Alckmin, José Serra, Alberto Goldman, João Doria e Rodrigo Garcia governaram o estado filiados ao PSDB. (Alberto Ruy/MInfra/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de novembro de 2022 às 15h46.

Última atualização em 16 de novembro de 2022 às 15h51.

O governador eleito Tarcísio de Freitas dará início, nesta quinta-feira, à primeira transição de governo no estado de São Paulo em 28 anos.

Desde que o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), que morreu na última terça-feira, passou o bastão para Mário Covas (PSDB), os tucanos não mais entregaram a chave do Palácio dos Bandeirantes para outro grupo político.

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Desde então, Geraldo Alckmin, José Serra, Alberto Goldman, João Doria e Rodrigo Garcia governaram o estado filiados ao PSDB.

As exceções foram Cláudio Lembo (no então PFL, hoje União Brasil), em 2006, e Márcio França (PSB), em 2018, que assumiram o cargo após deixarem o posto de vice, mas foram sucedidos pelo mesmo PSDB.

Na penúltima eleição, França, ainda que tendo sido vice de Alckmin, chegou perto de tirar do PSDB a cadeira de governador. Ele foi derrotado por Doria por 48,25% no segundo turno, no entanto.

Mesmo assim, sua eventual reeleição não representaria uma quebra de gestão como houve com Tarcísio, já que França pertencia ao grupo de Alckmin.

Agora, o grupo político que sobe ao poder é ligado a uma outra direita. O partido de Tarcísio, Republicanos, tem vínculo com a Igreja Universal, e seus aliados são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

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De volta de uma viagem a Brasília, onde visitou a família e resolveu pendências particulares, Tarcísio se reúne nesta quarta-feira com o coordenador da equipe de transição, Guilherme Afif Domingos, para tratar do processo. No dia seguinte haverá o primeiro encontro oficial com as coordenações.

Afif quer manter o mesmo número de secretarias da atual administração, de 23. A ideia é que os grupos de trabalho correspondam a cada uma das pastas.

Nos bastidores, há uma disputa interna para integrar a transição. Quatro grupos tentam espaço nas secretarias: o PSD de Gilberto Kassab e do vice Felicio Ramuth, o Republicanos do próprio Tarcisio, quadros do PSDB que ocupam a administração estadual há décadas e representantes do bolsonarismo, hoje desalojado do governo federal.

Há expectativa sobre qual espaço Tarcísio dará a nomes do bolsonarismo, agora de volta a São Paulo em meio à derrota de Bolsonaro na eleição.

Ao longo da campanha, ele se cercou de nomes menos radicais e confiou na equipe que trabalhou com ele no Ministério da Infraestrutura, quando ele chefiou a pasta entre 2019 e março de 2022.

Ainda que tivesse a companhia de nomes como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro em comícios de campanha, seus maiores aliados eram figuras mais centristas, como Kassab e Felicio.

Quando se aproximou com radicais do bolsonarismo, teve problemas. Foi o caso de Douglas Garcia, deputado estadual que compareceu a um debate de candidatos ao governo de São Paulo na TV Cultura como seu convidado e foi expulso após hostilizar a jornalista Vera Magalhães

No entanto, com Bolsonaro longe do governo e seus aliados fora da máquina federal, os milhares de cargos na administração paulista devem atrair bolsonaristas, ainda que em escalões inferiores.

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