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Tabata lança pré-campanha e diz que, se eleita, contará com apoio de Lula e Tarcísio

A pessebista, que tem como aliado o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), reconhece a importância das alianças com grandes líderes políticos no período eleitoral

Datena afirmou ainda que já recebeu dois convites para ser vice de Boulos, inclusive na atual eleição (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)

Datena afirmou ainda que já recebeu dois convites para ser vice de Boulos, inclusive na atual eleição (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 18h04.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) afirmou que é a única na disputa pela Prefeitura de São Paulo que terá apoio tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso seja eleita. A parlamentar lançou a pré-campanha nesta quinta-feira, 25, em um evento realizado na laje da casa onde morou até os 16 anos no bairro Vila Missionária, zona sul de São Paulo.

Os últimos movimentos na corrida pelo comando da capital paulista mostram que a campanha caminha para a polarização entre Lula, que apoia o também deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve estar no palanque do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A pessebista, que tem como aliado o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), reconhece a importância das alianças com grandes líderes políticos no período eleitoral, mas vê como mais significativa a articulação com outras esferas de governo durante a administração.

"É o único projeto que terá o apoio do Lula e do Tarcísio na gestão. Pode perguntar para eles se não fariam tudo que pudessem para resolver os problemas da cidade", disse. "Eu vou governar com o apoio deles. Polarização não tapa buraco nem deixa o ônibus mais rápido."

O local do lançamento foi escolhido por representar o início da trajetória de Tabata, filha de pais nordestinos que conseguiu bolsas estudantis para escolas particulares até chegar a Harvard e depois entrar na política. A casa foi reformada e ampliada em parte por meio do dinheiro que ela passou a ganhar por uma bolsa que obteve após seu desenho na Olimpíada Brasileira de Matemática. Atualmente, a deputada mora no bairro Itaim Bibi.

Tabata recebeu o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e a esposa, Lúcia França (PSB), além do apresentador José Luiz Datena (PSB), pré-candidatos a vereadores e integrantes de sua equipe de campanha. Durante o evento, ela reforçou o convite para que Datena seja vice em sua chapa. Na última semana, a deputada já havia dito, ao Estadão, que ele "agrega muito ao projeto" do partido pelo comando da Prefeitura. Datena, por sua vez, disse que ainda é cedo para tomar uma decisão e que é preciso, antes, haver um consenso no PSB para que não haja racha interno na sigla.

Datena afirmou ainda que já recebeu dois convites para ser vice de Boulos, inclusive na atual eleição. "Não teria problema em ser vice dele, mas, entre os dois, eu acho a Tabata mais preparada para dirigir São Paulo", explicou. O apresentador acrescentou que tem como horizonte político ser candidato ao Senado em 2026.

Tabata fala em 'duas cidades' e acena à periferia de SP

A deputada federal escolheu o aniversário de São Paulo para lançar um vídeo no qual expõe desigualdades entre as áreas nobres e as periferias da capital paulista.

"Tem duas cidades fazendo aniversário hoje. São 470 anos de luta e suor, mas isso não está se traduzindo em oportunidades para todo mundo", disse Tabata. A parlamentar citou como exemplo sair de uma reunião na Faria Lima e dormir com a mãe na casa da Vila Missionária, onde, segundo ela, costuma faltar água. "Se não está bom para todo mundo, não está bom para ninguém."

Alckmin participou do evento ao lado da esposa, Lu Alckmin, por meio de videoconferência. Ele tem sido pressionado por Lula, que não quer ver a base de governo dividida na eleição em São Paulo. Oficialmente, a justificativa para a ausência presencial do vice-presidente é o fato de não ser feriado em Brasília, o que dificultaria a viagem para a capital paulista.

Integrantes do PSB apostam que Alckmin tem experiência política mais do que suficiente para equilibrar a pressão de Lula e do PT por Boulos enquanto apoia Tabata. "São Paulo precisa de você, Tabata, para construir uma cidade de união e não de desigualdades", afirmou Alckmin.

Zona sul será foco da eleição, projeta ministro

Outro apoiador de Tabata, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), projetou que a zona sul será o foco da eleição. A região é o local de origem de Tabata e Nunes, é onde Boulos reside atualmente e é uma área na qual Marta Suplicy, vice na chapa do pré-candidato do PSOL, é forte eleitoralmente. "A gente quer saber quem realmente conhece a zona sul e vive aqui", disse o ministro.

França ainda minimizou a fala de Lula, que pediu a Alckmin, no final de dezembro, para que não estejam em palanques distintos em São Paulo. Para o ministro, o presidente fez um alerta para que partidos da base não apoiem candidatos bolsonaristas. Lula também está em São Paulo nesta quinta-feira, onde participa do aniversário de 90 anos da USP.

"A minha sensação é que o risco principal é o atual prefeito ficar fora do segundo turno, o que seria muito bom, porque derrotaríamos a polarização e teríamos um segundo turno qualificado", disse Márcio França. A projeção eleitoral do ministro é diferente da feita por Tabata e Alckmin, que acreditam que ela vai para o segundo turno com Nunes e não com o candidato do PSOL por causa da rejeição dele entre o eleitorado paulistano.

A estratégia inicial de Tabata será focar nos votos de centro que entende disputar com Nunes e que estão fora da polarização entre petistas e bolsonaristas. A avaliação é que o principal desafio dela será se tornar mais conhecida, pois sua rejeição é baixa se comparada a Boulos.

A candidatura de Tabata Amaral não é apoiada por nenhum partido neste momento. O PSDB, cujos vereadores querem apoiar Nunes, é visto no entorno da candidata como a legenda que teria mais afinidade com as ideias dela.

A articulação política de Tabata quer atrair quadros e especialistas isolados que participaram das gestões tucanas tanto na capital como no governo paulista. Parte deles já aparecem publicamente ao lado dela, como a ex-secretária de Planejamento de Bruno Covas, Vivian Satiro, e o economista Leandro Piquet, que foi coordenador do programa de segurança de Alckmin na campanha de 2018.

Nas próximas semanas, ela vai promover um evento para anunciar a equipe de especialistas que cuidarão de cada área e também os grupos de trabalho responsáveis por montar o programa de governo.

Educação, mobilidade e segurança são as prioridades

A candidata do PSB tem três prioridades em termos de políticas públicas: a educação, onde quer mais escolas integrais e que as crianças sejam alfabetizadas na idade correta; a mobilidade urbana, sobre a qual afirma ser necessário aumentar a velocidade que os ônibus fazem os percursos; e a segurança pública.

Questionada sobre a Cracolândia, Tabata disse que é preciso envolver o governo federal e o governo estadual para solucionar o problema, que está relacionado a duas questões: segurança e saúde públicas. "Você não dialoga com bandido. Para o doente, vamos buscar um tratamento", explicou, ao falar sobre sua visão para a área.

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