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Tabata e mais 7 são suspensos do PDT por terem votado a favor da reforma

Os deputados deixam de poder representar a legenda até que um processo disciplinar dentro do partido seja concluído – o que pode demorar até 60 dias

Tabata Amaral: (Twitter/Reprodução)

Tabata Amaral: (Twitter/Reprodução)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 17 de julho de 2019 às 12h57.

Última atualização em 17 de julho de 2019 às 13h34.

São Paulo - A deputada federal Tamata Amaral e mais sete foram suspensos pelo PDT por terem votado a favor da reforma da Previdência na primeira fase de votação do projeto na Câmara. A decisão foi tomada após reunião entre a executiva nacional, a comissão de ética e os presidentes do movimentos sociais do partido, na manhã desta quarta-feira, (17).

O PDT anunciou que vai instaurar um processo disciplinar contra os oito deputados federais que desrespeitaram decisão partidária. Por decisão da maioria, segundo o partido, os parlamentares também deixam de poder representar a legenda até que o processo seja concluído – o que pode demorar até 60 dias.

Em março, o PDT havia fechado questão contra a reforma no sistema de aposentadoria apresentada pela gestão Bolsonaro.

“(Os deputados) tiveram todas as instâncias partidárias para discutir, apresentar propostas. E somente no dia da votação, depois de meses de discussões internas, se posicionaram a favor desta covardia contra os trabalhadores brasileiros", disse Carlos Lupi, presidente do PDT em texto publicado no site da legenda.

Lupi disse ainda que espera que os parlamentares suspensos possam "evoluir" até a votação da segunda fase da PEC para votarem de acordo com a recomendação do partido.

Os outos deputados do PDT alvo de processos disciplinares, além da Tabata, são: Alex Santana (BA), Subtenente Gonzaga (MG), Silvia Cristina (RO), Marlon Santos (RS), Jesus Sérgio (AC), Gil Cutrim (MA) e Flávio Nogueira (PI).

Além do PDT, o PSB também abriu processo interno para debater o fato de 11 de seus 32 deputados terem contrariado o partido na mesma votação.

As duas legendas podem passar agora por uma situação complicada: como o mandato pertence ao deputado e não ao partido, se decidirem expulsar todos os que desrespeitaram a decisão partidária, PDT e PSB perderão cada um cerca de um terço de suas cadeiras na Câmara.

Enquanto isso, aos deputados, não faltam ofertas para integrarem outros partidos — de olho em aumentarem suas bancadas, tempo de televisão e fatia do fundo partidário.

Casos de racha nos partidos não são estranhos à política nacional. O mais famoso tem a ver também com uma reforma da Previdência: a criação do PSOL, em 2004, aconteceu depois que então deputados do PT (como Heloísa Helena e Luciana Genro) foram expulsos do partido ao votar contra a reforma aprovada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.

Já o PSDB nasceu em 1988 como braço do MDB, depois que políticos como Fernando Henrique Cardoso discordaram das decisões tomadas pelo partido na Constituinte.

Tabata não estava em silêncio

Diante da ameaça de expulsão, Tabata publicou um vídeo em suas redes sociais, na semana passada, justificando seu voto favorável à reforma previdenciária.  “Meu voto é um voto de consciência, não é um voto vendido e segue minhas convicções e tudo que eu estudei até aqui”, disse.

Após as críticas da última semana, a deputada também usou seu espaço quinzenal no jornal Folha de S. Paulo para reforçar sua convicção de ter ido contra a orientação do PDT e dizer que está sofrendo perseguição política.

“Não estamos falando de dois ou três parlamentares, mas de praticamente um terço das bancadas de duas relevantes siglas que ocupam posição mais ao centro no espectro da esquerda. A expressividade dessa dissidência acendeu ao menos a luz amarela nas estruturas?”, questionou a deputada.

Sexta colocada no quadro geral de deputados eleitos em 2018, Tabata ganhou os holofotes por conta de sua trajetória de vida e planos para a educação, inclusive contestando duramente o então ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez e seu sucessor, Abraham Weintraub.

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