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Médicos não atendem conveniados de 11 planos de saúde em SP

A paralisação de 24 horas é parte de uma mobilização nacional, em 23 estados e no Distrito Federal

Objetivo é pressionar as operadoras de saúde a negociar reajustes nos honorários e na remuneração fixa anual e o fim da interferência das empresas na autonomia dos médicos (Stock.xchng)

Objetivo é pressionar as operadoras de saúde a negociar reajustes nos honorários e na remuneração fixa anual e o fim da interferência das empresas na autonomia dos médicos (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 14h17.

São Paulo - Médicos do estado de São Paulo não estão atendendo hoje (21) pacientes conveniados de 11 planos de saúde. A paralisação de 24 horas é parte de uma mobilização nacional, em 23 estados e no Distrito Federal, que pretende pressionar as operadoras de saúde a negociar reajustes nos honorários e na remuneração fixa anual e o fim da interferência das empresas na autonomia dos médicos.

A mobilização – organizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) – teve início em abril, quando houve a primeira interrupção nacional nos atendimentos. À época, a adesão chegou a 80% dos profissionais paulistas, segundo o Simesp. Desde então, os médicos tem paralisado, de maneira escalonada por especialidades, as consultas e os procedimentos pelos planos de saúde. O rodízio atingiu cinco operadoras. Na ação de hoje, a suspensão se estende a 11 planos e a previsão da organização é que a adesão atinja 80% da categoria.

“Essa medida é mais uma advertência às empresas que não negociaram, ou que o fizeram de forma insatisfatória. Baseados nos avanços de negociações obtidos, serão traçados os novos rumos do movimento”, explicou Cid Carvalhaes, presidente do Simesp. Segundo ele, o aumento do número de empresas atingidas em relação ao do período de rodízio se deve ao não cumprimento por parte das operadores dos prazos de negociação.

As reivindicações do movimento baseiam-se principalmente na alegação de que o valor aceitável de repasse por consulta médica é R$ 80. Atualmente a média de pagamento por atendimento no estado é R$ 27. Dados apresentados pelas entidades mostram que na última década o valor pago aos especialistas subiu 44%, enquanto os reajustes dos planos ao consumidor chegaram a 133%.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa os 15 maiores grupos de empresas de saúde privada do país, informou em nota, ter formalizado à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), uma nova proposta de remuneração. De acordo com a nota, a ideia é que os procedimentos médicos sejam agrupados, e todos os pertencentes a um mesmo grupo tenham valor nivelado pelo mais alto. A federação informa que continuam sendo respeitadas as tabelas particulares de cada plano de saúde, estimulando a livre concorrência do mercado.

Porém, as entidades participantes do movimento em São Paulo dizem desconhecer a proposta citada pela federação. “Nosso objetivo é estabelecer acordos, mas não fomos procurados para negociar”, disse Carvalhaes.

Os médicos paulistas não estão atendendo hoje os seguintes planos de saúde: Ameplan, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Notre Dame, Prosaúde, Blue Life, Dix Amico, Medial, Geap e Volkswagen. Serão interrompidos apenas os atendimentos de consultas e procedimentos eletivos. Atendimentos de urgência estão mantidos.

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