Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Germano Lüders/Exame)
Fabiane Stefano
Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 13h14.
Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 18h03.
O governo de São Paulo decidiu restringir a abertura do comércio em várias regiões do estado para frear o avanço da nova onda de covid-19. A estratégia é diferente do que já foi feito até agora. Durante a semana, das 20 horas até as 6 horas somente serviços essenciais podem funcionar, como mercados, farmácias e postos de gasolina. Aos finais de semana, shoppings, bares e restaurantes precisam ficar fechados, assim como os parques.
Durante o horário comercial, ficam em vigor as regras locais, por região. A Grande São Paulo, por exemplo, está na fase 2 laranja, em que o comércio pode funcionar com capacidade reduzida, de 40% (veja as regras abaixo). As novas regras têm validade a partir da segunda-feira, 25, e vão até o dia 8 de fevereiro. A volta às aulas, que estava prevista para fevereiro, foi adiada.
Apesar do feriado municipal na capital paulista nesta segunda-feira, 25, os parques ficam abertos e valem as regras de dia útil, ou seja, o comércio pode abrir, com capacidade de 40%.
A reclassificação, feita de forma extraordinária, era tida como certa, por causa do aumento de internações em hospitais em todo o estado e foi confirmada pelo Centro de Contingência da Covid-19 em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22).
"Temos alta transmissão em todas as regiões, com maior ou menor intensidade. A única maneira é diminuir a circulação das pessoas. Não há outra alterativa, precisamos reduzir a circulação para salvar vidas", disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
Na fase 2 laranja - onde a Grande São Paulo está -, bares e restaurantes seguem impedidos de oferecer atendimento presencial, funcionando apenas por delivery. Shoppings, academias e salões de beleza podem funcionar durante 8h por dia, com 40% da capacidade, e os parques ficam abertos somente durante a semana.
O que motivou essas mudanças foi a alta na ocupação de leitos de UTI. A taxa de ocupação em todo estado está em 71%. Entretanto, cidades do interior e da região metropolitana já não têm mais leitos de UTI disponíveis - é o caso de Américo Brasiliense, Artur Nogueira, Fernandópolis, Itatiba, Itaquaquecetuba, Pirassununga, Porto Feliz, Promissão e Socorro. Outros 58 municípios já superaram os 80% de ocupação, a maioria deles nas regiões de Marília, Sorocaba e Campinas.
Na Região Metropolitana de São Paulo, 71,6% dos leitos de UTI estão ocupados - chegando a 100% em alguns hospitais, como a Santa Casa.
"Nós atingimos num período de 45 dias as mesmas cifras que atingimos em 5 meses. Mostrando uma circulação, uma dinâmica muito mais rápida do coronavírus. Objetivando reduzir esta dinâmica no nosso meio, e seguindo recomendações, estamos recalibrando", disse o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Para aumentar a capacidade de atendimento e evitar o colapso do sistema, o governo vai abrir mais 756 leitos de atendimento exclusivo para pacientes com a covid-19, sendo 450 leitos de enfermaria e 306 de UTI. Vai reativar ainda, até o dia 25 de fevereiro, O Hospital de Campanha de Heliópolis, na capital paulista.
Confira abaixo as restrições de cada fase da quarentena no estado de São Paulo: