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Socialite que promete doação a Lula não paga nem condomínio

Segundo a advogada que defende os interesses do prédio, a dívida já estaria em R$ 232 mil

Roberta Luchsinger: socialite prometeu doar R$ 500 mil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Facebook/Reprodução)

Roberta Luchsinger: socialite prometeu doar R$ 500 mil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 10h50.

Última atualização em 18 de agosto de 2017 às 11h24.

São Paulo - A socialite Roberta Luchsinger, de 32 anos, neta de um ex-acionista do banco Credit Suisse, que prometeu doar R$ 500 mil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não paga o condomínio do apartamento onde mora, em um bairro nobre de São Paulo, desde dezembro de 2014.

Segundo a advogada que defende os interesses do prédio, a dívida já estaria em R$ 232 mil. "Ela não constituiu advogado para esse processo, que correu à revelia. Nós já estamos na fase de avaliação pericial. O apartamento deve ir a leilão em breve", disse a advogada Ana Beatriz Cardoso de Souza.

O edifício, localizado em Higienópolis, tem um apartamento em cada um dos 11 andares. Os outros moradores estariam "loucos da vida" com a notícia da suposta doação ao ex-presidente - já que o não pagamento da dívida tem recaído sobre eles.

Procurada pela reportagem, Roberta, que é filiada ao PC do B e pretende se candidatar a deputada estadual, disse que estava em um jantar e não poderia falar. No Twitter e no Facebook, ela escreveu que poderia "dobrar a doação" ao ex-presidente. A reação de Roberta nas redes sociais foi em relação à reportagem publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo", que mostrou que ela já havia sido intimada a pagar uma dívida de R$ 62 mil com uma loja de decoração antes de fazer qualquer tipo de doação.

O advogado da NP Decorações, Humberto Carlos Barbosa, afirmou que Roberta não aceitou negociar a dívida com a loja, que existiria desde 2013. Segundo ele, seu cliente foi pego de surpresa com a notícia da "doação".

Ainda nas redes sociais, Roberta escreveu: "É incrível como o Judiciário, em qualquer instância, se transformou em um instrumento de luta política contra Lula e todos que o apoiam!". Em outro post, ela afirmou: "A partir de agora, baseado na decisão do juiz que quer me impedir de doar para o Lula, confirmando assim a perseguição contra o presidente, deveria ser proibida qualquer doação, seja a quem fosse. A começar pelas empresas que doam ao Doria por exemplo, será que estão todas ok? Será que esse juiz não gostaria de pegar e fazer essa análise?!! Juristas de plantão, o que pode ser feito? Se não pode para um, não pode para outro..."

O advogado de Roberta, Paulo Guilherme Lopes, disse "não estar a par sobre as dívidas de condomínio de sua cliente". Em relação à dívida da socialite com a loja de decoração, afirmou que o juiz teria feito apenas "um alerta para a não disposição de bens no caso de existir alguma dívida pendente".

O caso

Ao jornal "Folha de S.Paulo", Roberta declarou que doaria ao ex-presidente Lula um cheque de 28 mil francos suíços (cerca de R$ 93 mil) dado pelo avô Peter Paul Arnold Luchsinger, um ex-acionista do banco Credit Suisse.

A doação também incluiria um relógio Rolex, um anel de diamantes, bolsa e vestido de grifes famosas. No total, a colaboração de Roberta ao ex-presidente estaria avaliada em cerca de R$ 500 mil. A doação seria feita para ajudar o petista, que teve dinheiro e bens bloqueados pelo juiz federal Sérgio Moro.

Roberta foi casada com o ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado federal pelo PC do B Protógenes Queiroz, que vive na Suíça depois de ter sido condenado por violação de sigilo na Satiagraha, operação da Polícia Federal contra corrupção e lavagem de dinheiro.

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