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Senadores petistas criticam decisão da bancada de apoiar PMDB

Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN) criticaram a decisão da bancada petista do Senado de apoiar Eunício Oliveira, do PMDB

Gleisi Hoffmann: para o grupo, acordo é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político" (Flickr/Senado/Divulgação)

Gleisi Hoffmann: para o grupo, acordo é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político" (Flickr/Senado/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 13h26.

Brasília - Os senadores petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN) criticaram a decisão da bancada de compor com o candidato oficial do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira (CE), para garantir espaço na Mesa Diretora.

Em encontro na terça-feira, 31, à noite, os parlamentares da legenda aprovaram, por maioria de sete a três, a liberação dos votos na eleição desta quarta-feira, 1º de fevereiro.

Em nota, Gleisi, Lindbergh e Fátima afirmaram que o posicionamento é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político".

Para o grupo, o PT não deveria apoiar o partido do presidente Michel Temer, visto por eles como o principal responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os senadores e senadoras petistas a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço", diz o texto. Os petistas consideram que a bancada optou por "se render à institucionalidade".

No texto, eles agradeceram a participação da militância do partido na discussão, mas afirmaram que a direção nacional da legenda optou por ignorar os pleitos.

"Não poderíamos de forma alguma fazer alianças com protagonistas do golpe. Não se trata de desconhecer a importância dos espaços institucionais para a disputa política, mas de reconhecer que a única trincheira de luta capaz de derrotar os golpistas, barrar as reformas neoliberais e resgatar a democracia via eleições diretas é justamente a trincheira da luta social", escreveram.

Pela tese de proporcionalidade do Senado, os maiores partidos da Casa ficam com os melhores cargos na Mesa Diretora. Como o PT possui a terceira maior bancada (10), ficaria com a primeira-secretaria, considerada a prefeitura do Senado.

Contudo, se os petistas não fechassem um acordo com Eunício, considerado favorito da disputa, ficaria sem a vaga e sem a presidência de comissões mais expressivas.

O mesmo impasse ocorreu na Câmara, porém os deputados petistas optaram por apoiar o candidato da oposição André Figueiredo (PDT-CE).

"Esse levante da militância petista e dos movimentos sociais contribuiu decisivamente para que a bancada do PT na Câmara, de forma unitária, rejeitasse votar em parlamentares golpistas e apoiasse a candidatura do deputado federal André Figueiredo (PDT) à presidência da Câmara, compondo um bloco de oposição que verbaliza no Parlamento as vozes das ruas. Dessa forma, a bancada do PT na Câmara demonstrou estar conectada com a militância petista e com os movimentos sociais", elogiaram os senadores.

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