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Senador chileno propõe "Lei Bolsonaro" contra políticos que usam fake news

Alejandro Navarro quer uma reforma constitucional para punir candidatos que utilizarem notícias falsas nas eleições

Alejandro Navarro: o político se pronunciou em suas redes sociais (Alejandro Navarro/Divulgação)

Alejandro Navarro: o político se pronunciou em suas redes sociais (Alejandro Navarro/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 14h57.

Última atualização em 25 de outubro de 2018 às 15h06.

São Paulo — O senador chileno Alejandro Navarro, fundador do partido Pais, está com um projeto de reforma constitucional para punir candidatos a cargos políticos no Chile que utilizarem notícias falsas nas eleições.

Divulgada na terça-feira (23), a proposta, que Navarro nomeou de "Lei Bolsonaro", tem o objetivo de punir aqueles que se beneficiarem das fakes news para se eleger.

"A proposta visa cancelar uma candidatura política presidencial, parlamentar, municipal ou de governador, quando algum político for responsabilizado pela difusão de notícias falsas, durante sua campanha", afirma texto publicado em seu site oficial.

Segundo o parlamentar, essa é "uma reforma necessária para resguardar a democracia", que protegerá "a nova forma de fazer política que tomou a extrema-direita na América Latina" e que "espalha mentiras e destrói a reputação de candidaturas opositoras".

https://twitter.com/senadornavarro/status/1055102366708629504?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1055102366708629504&ref_url=https%3A%2F%2Fistoe.com.br%2Fsenador-chileno-propoe-lei-bolsonaro-para-cassar-politicos-que-divulgam-fake-news%2F

O senador também fez um alerta de que a notícia falsa é uma manobra eleitoral efetiva e que candidatos que as usam ganham eleições. "Não podemos deixar que essa prática conquiste a política chilena. É uma bola de neve que não podemos deixá-la crescer", afirma.

"Lei Bolsonaro"

De acordo com Navarro, o nome "Lei Bolsonaro" foi escolhido "por causa da maneira questionável de fazer política do candidato presidencial no Brasil, Jair Bolsonaro", líder nas intenções de voto para assumir a presidência no ano que vem.

Para justificar a proposta, o senador cita a reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de que empresários estariam pagando pela divulgação de notícias falsas contra a candidatura de seu adversário, o presidenciável do PT, Fernando Haddad.

Como exemplos de fake news, Navarro cita o "kit gay", a já negada tese de que Haddad defendia incesto em um de seus livros e de que o petista iria elaborar um projeto de lei para legalizar a pedofilia.

Além disso, ele diz reconhecer que "as notícias falsas são difíceis de combater, porque os eleitores ficam com a primeira impressão".

México e EUA

Além de Bolsonaro, o senador cita mais dois exemplos de candidaturas impactadas por notícias falsas.

No México, ele relembra, a situação do candidato e ex-jogador de futebol, Cuauhtémoc Blanco, “que foi difamado por uma empresa paga por seu concorrente eleitoral, que o culpou pelo maciço corte de água no município de Cuernavaca", diz Navarro. "Eles inventaram até que o bispo local protestou contra Blanco, mas até mesmo o bispo se ofereceu para processar os mentirosos."

Navarro compara o episódio do México com a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos. "Algo semelhante aconteceu com Donald Trump, quando ele foi acusado de usar o sistema Analytica Cambridge, estudando perfis de usuários do Facebook para enviar informações falsas favoráveis a sua candidatura", disse o parlamentar.

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