Delcídio Amaral (PT-MS): "na reunião com o vice-presidente Michel Temer, o encaminhamento que nós tivemos foi esse, que o Senado seria uma espécie de para-choque, um amortecedor" (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2015 às 22h06.
O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse nesta quarta-feira que o Senado atuará como "amortecedor" para as pautas-bomba que vierem da Câmara dos Deputados, após os deputados avançarem na véspera com uma proposta que pode gerar gastos adicionais de 9,9 bilhões de reais para os cofres públicos, segundo cálculos do governo.
"Na reunião com o vice-presidente Michel Temer, o encaminhamento que nós tivemos foi esse, que o Senado seria uma espécie de para-choque, um amortecedor dessas pautas que, sem dúvida nenhuma, não cabem no Brasil que nós vivemos hoje", disse Delcídio a jornalistas.
Na terça-feira o governou tentou adiar a votação na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 443, que vincula os subsídios de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU) e de procuradorias dos Estados e do Distrito Federal aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O requerimento, no entanto, não foi aprovado o que gerou uma reação da equipe econômica e do vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer.
O líder do governo disse que Temer estava "extremamente preocupado" durante o encontro com os senadores nesta quarta-feira. Na mesma linha, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que nunca viu Temer tão preocupado com o país quanto no encontro desta quarta.
"A pauta que está sendo elaborada na Câmara dos Deputados e que está chegando ao Senado, e que nós, muitas vezes, estamos convalidando ..., é uma pauta extremamente perigosa", disse Eunício.
"Temos que pensar em uma posição do Senado que seja uma posição não de retaliação à Câmara, mas que seja uma posição de equilíbrio em relação a essas matérias que estão sendo votadas e que não têm a menor sustentação para o futuro", acrescentou o líder peemedebista.
O avanço da PEC 443 na Câmara acontece em um momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta reequilibrar as contas públicas e evitar que o país perca o rótulo de bom pagador dado por agências de classificação de risco.