Brasil

Semana é decisiva para avaliar resultados da quarentena rígida em todo o Brasil

A taxa de ocupação de leitos de UTI é dramática em todo o país. Em seis estados, a lista de espera por leitos tinha 1.372 nomes no fim de semana

 (Amanda Perobelli/Reuters)

(Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 8 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 8 de março de 2021 às 09h20.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia

A semana que começa nesta segunda-feira, 8, é uma das mais decisivas de 2021. Nos próximos dias vamos precisar ficar de olho em todos os dados de ocupação de leitos de UTI, número de casos e de mortes por covid-19 em todo o Brasil. Isso porque, caso a pressão sobre o sistema de saúde não diminua, os governos vão precisar implementar medidas ainda mais restritas de circulação, como o que foi feito na Europa.

O lockdown, de fato, nunca foi adotado no Brasil. Para se caracterizar como tal, precisa ter uma forte restrição de circulação de pessoas no período da noite, com multa ou prisão para quem estiver fora de casa, o fechamento de serviços essenciais durante o período noturno, e até mesmo o controle de circulação durante o dia. 

Em grande parte do país, as principais medidas de restrição foram adotadas na semana passada. Em São Paulo, a fase vermelha entrou em vigor desde a meia-noite de sábado, 6. Como os sintomas da covid-19 se manifestam em até 14 dias, é preciso esperar essas duas semanas, mas em poucos dias já é possível saber se a tendência será de alta ou de queda. Na possibilidade - menos otimista - de uma piora, a situação vai beirar ao completo caos.

Questionado na semana passada, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não descartou a possibilidade de decretar um lockdown. O Centro de Contingência contra a Covid-19 do estado tem em estudo a adoção de uma fase da quarentena mais restrita que a atual, em que somente os serviços essenciais podem funcionar, e o lockdown. Mas ainda avalia a evolução da doença nos próximos dias.

No sábado, 6, São Paulo chegou a mais alta média diária de solicitações de internações de pacientes com a covid-19 em leitos de UTI e enfermaria desde o início da pandemia: 2.167. Na semana passada, o país bateu sete recordes seguidos na média diária de mortes por covid-19. 

A situação também é dramática em outras regiões do país. Em seis estados, a lista de espera por leitos de terapia intensiva tem 1.372 nomes.

No sábado, a Bahia, tinha 337 pacientes aguardando vaga em leitos de UTI, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. A situação não é muito diferente em Goiás, onde havia, no fim de semana, 300 pacientes esperando vaga para o tratamento de covid-19. No estado, 15 hospitais públicos estão com as UTIs lotadas, e em nove unidades já faltam vagas até de enfermaria.

No Rio Grande do Sul, onde 288 pacientes aguardavam internação em UTI, houve alta de 183% no número de pacientes hospitalizados, ante o mesmo período do ano passado. Apesar de ter ampliado em 65% o número de leitos de terapia intensiva, isso não foi suficiente para dar conta da demanda.

(Com Estadão Conteúdo)

Podcast - 5 mistérios sobre o coronavírus que ainda intrigam cientistas

 

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusExame HojePandemia

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final