Sem-teto querem o terreno de Lula na Cracolândia
Integrantes de acampamento na Avenida São João dizem que vão invadir área pública caso concessão ao ex-presidente seja oficializada
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 21h40.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ter de disputar com 230 famílias sem-teto o terreno público na região da Cracolândia que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) quer lhe conceder. O grupo está, desde a manhã desta quinta-feira, acampado na Avenida São João, no Centro. “É muito injusto doar aquele terreno para o Lula. Eu gosto dele, mas não pode. O Lula já foi pobre, ele sabe pelo que passamos. Por que não repassa o terreno para nós?”, questiona a líder dos sem-teto, Maria do Planalto.
A mulher, que há quatro anos vive de invasão em invasão no Centro de São Paulo , diz que o grupo tomará a área caso os vereadores aprovem o projeto de concessão apresentado pelo prefeito. “Por que Kassab não faz moradia popular em vez de doar para quem já tem dinheiro e casa? Assim que oficializarem a doação do terreno para Lula, nós vamos ocupar”, afirma Maria.
Não é à toa que tantos querem o terreno. A área de 4.400 metros quadrados na Rua dos Protestantes é um dos endereços mais privilegiados da região. O local fica a poucos metros do requintado espaço de concertos Sala São Paulo e da histórica Estação da Luz, além de ser vizinho do comando central da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Atualmente, o local é usado para estacionamento. Escorados nas grades do terreno, usários de crack fumavam seus cahimbos tranquilamente na tarde desta sexta-feira.
Lula quer construir no local o Memorial da Democracia – um museu para contar a história do processo de redemocratização do Brasil. Não se sabe ainda de onde viria o dinheiro para a construção. “Museu da democracia? Só se for a democracia deles, porque para nós tem democracia nenhuma”, diz, entre gargalhadas, Maria do Planalto.
O acampamento dos sem-teto na Avenida São João formou-se depois que as famílias foram retiradas de um edifício invadido na famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João, em uma ação de reintegração de posse na manhã de quinta. Hoje, cinco prédios do Centro estão ocupados e outros tantos já foram desocupados. “Só sairemos daqui quando Kassab nos apresentar uma proposta de habitação popular ou quando o terreno de Lula for oficializado, para invadir a terra do Lula. O que sair primeiro”, diz a líder dos sem-teto.
Pelo andar da carruagem, a segunda opção deve ser a escolhida pelo grupo. O presidente da Câmara, vereador José Police Neto (PSD), afirmou que a votação do projeto de concessão do terreno é uma das prioridades para 2012. Por ter a maioria dos vereadores da Casa, Kassab não deve enfrentar dificuldades para concretizar a concessão.
Cracolândia – O terreno da discórdia fica dentro do perímetro da operação urbana Nova Luz, que pretende revitalizar o bairro conhecido como Cracolândia. Nesta sexta, a investida da Polícia Militar para erradicar o crack na região completa um mês. Contudo, em uma rápida passagem pelo epicentro da Cracolândia, na Rua Helvetia, a reportagem do site de VEJA presenciou crianças traficando a droga a poucos metros de uma ronda policial, além de dependentes fumando crack, agachados, no meio da rua.
A concentração de usuários, que até o início da operação impressionava, diminuiu. Porém, para acabar com a Cracolândia e revitalizar o Centro de São Paulo ainda falta muito – falta, por exemplo, como conceder um teto para aqueles que não o têm.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ter de disputar com 230 famílias sem-teto o terreno público na região da Cracolândia que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) quer lhe conceder. O grupo está, desde a manhã desta quinta-feira, acampado na Avenida São João, no Centro. “É muito injusto doar aquele terreno para o Lula. Eu gosto dele, mas não pode. O Lula já foi pobre, ele sabe pelo que passamos. Por que não repassa o terreno para nós?”, questiona a líder dos sem-teto, Maria do Planalto.
A mulher, que há quatro anos vive de invasão em invasão no Centro de São Paulo , diz que o grupo tomará a área caso os vereadores aprovem o projeto de concessão apresentado pelo prefeito. “Por que Kassab não faz moradia popular em vez de doar para quem já tem dinheiro e casa? Assim que oficializarem a doação do terreno para Lula, nós vamos ocupar”, afirma Maria.
Não é à toa que tantos querem o terreno. A área de 4.400 metros quadrados na Rua dos Protestantes é um dos endereços mais privilegiados da região. O local fica a poucos metros do requintado espaço de concertos Sala São Paulo e da histórica Estação da Luz, além de ser vizinho do comando central da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Atualmente, o local é usado para estacionamento. Escorados nas grades do terreno, usários de crack fumavam seus cahimbos tranquilamente na tarde desta sexta-feira.
Lula quer construir no local o Memorial da Democracia – um museu para contar a história do processo de redemocratização do Brasil. Não se sabe ainda de onde viria o dinheiro para a construção. “Museu da democracia? Só se for a democracia deles, porque para nós tem democracia nenhuma”, diz, entre gargalhadas, Maria do Planalto.
O acampamento dos sem-teto na Avenida São João formou-se depois que as famílias foram retiradas de um edifício invadido na famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João, em uma ação de reintegração de posse na manhã de quinta. Hoje, cinco prédios do Centro estão ocupados e outros tantos já foram desocupados. “Só sairemos daqui quando Kassab nos apresentar uma proposta de habitação popular ou quando o terreno de Lula for oficializado, para invadir a terra do Lula. O que sair primeiro”, diz a líder dos sem-teto.
Pelo andar da carruagem, a segunda opção deve ser a escolhida pelo grupo. O presidente da Câmara, vereador José Police Neto (PSD), afirmou que a votação do projeto de concessão do terreno é uma das prioridades para 2012. Por ter a maioria dos vereadores da Casa, Kassab não deve enfrentar dificuldades para concretizar a concessão.
Cracolândia – O terreno da discórdia fica dentro do perímetro da operação urbana Nova Luz, que pretende revitalizar o bairro conhecido como Cracolândia. Nesta sexta, a investida da Polícia Militar para erradicar o crack na região completa um mês. Contudo, em uma rápida passagem pelo epicentro da Cracolândia, na Rua Helvetia, a reportagem do site de VEJA presenciou crianças traficando a droga a poucos metros de uma ronda policial, além de dependentes fumando crack, agachados, no meio da rua.
A concentração de usuários, que até o início da operação impressionava, diminuiu. Porém, para acabar com a Cracolândia e revitalizar o Centro de São Paulo ainda falta muito – falta, por exemplo, como conceder um teto para aqueles que não o têm.