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Sem PSDB, Temer articula frente partidária para 2018

Um importante passo foi dado no domingo, em almoço no Palácio da Alvorada com representantes e presidentes de seis partidos da base

Temer: a intenção de Temer é construir uma candidatura que defenda o legado reformista do governo dele (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 18h36.

Brasília - Às vésperas do provável desembarque do PSDB do governo, o presidente Michel Temer começou a articular a criação de uma frente partidária para lançar um candidato para sucedê-lo na corrida ao Palácio do Planalto em 2018, segundo uma fonte palaciana.

Um importante passo nesse sentido foi dado no domingo, em almoço promovido por Temer no Palácio da Alvorada com representantes e presidentes de seis partidos da base -PR, PRB, PSD, DEM, PTB e PP.

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A intenção do presidente é construir, a partir desse arco de legendas, uma candidatura ao Planalto que defenda o legado reformista do governo dele em outubro do próximo ano. Se vingar, essa aliança contaria com um importante ativo: um grande tempo de propaganda eleitoral no rádio e na de televisão e forte estrutura partidária nos estados.

Por ora, não há um candidato fechado para esse projeto de frente partidária -e Temer não será o candidato desse bloco. A própria movimentação partidária feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para se viabilizar como candidato não é consenso entre os dirigentes partidários. "Não vamos fulanizar agora", disse à Reuters a fonte, que pediu anonimato.

O bloco pretende atuar no vácuo político da polarização dos dois líderes de intenção de voto à Presidência, o ex-presidente e petista Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro. Na semana passada, em entrevista, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já havia feito a defesa de um "projeto único de poder" para 2018 e antecipado a saída do PSDB do governo.

No almoço promovido por Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu o tom do discurso da aliança ao sustentar que não votar a reforma da Previdência é dar mais espaço para uma candidatura de Lula, segundo a fonte.

O acordo para se fechar um bloco eleitoral, entretanto, esbarra em algumas dificuldades. O fato de o presidente ter baixíssima popularidade e defender uma agenda que ainda é vista como impopular pela população. Caciques regionais do PMDB, partido de Temer, começarem a defender apoio à candidatura de Lula, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (CE).

Tucanos longe

De concreto, o presidente e auxiliares próximos não contam com o PSDB fazendo parte dessa aliança. A avaliação é que o governador tucano de São Paulo e futuro presidente do partido, Geraldo Alckmin, e outras lideranças da legenda, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), já indicaram que vão trabalhar por um projeto próprio ao Planalto.

Para viabilizar o projeto, o grupo busca se fiar nos resultados econômicos da gestão Temer. Eles acreditam que, em maio e junho, quando a pré-campanha à Presidência estiver esquentando, ficará mais perceptível para a população a melhoria nas condições para a população, com resultados ainda mais evidentes em agosto, no início do primeiro turno eleitoral.

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