Sem experiência, defensora do ensino domiciliar assume pasta na educação
Maria Eduarda Mostaço não tem atuação em sala de aula ou formação acadêmica na área da educação e defendeu ensino domiciliar em TCC
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 21h29.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 16h11.
São Paulo - Sem atuação em sala de aula ou formação acadêmica na área da educação, Maria Eduarda Manso Mostaço, de 27 anos, foi nomeada coordenadora-geral de formação de professores da recém-criada Secretaria de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC). Formada em Direito, ela é defensora da regulamentação do ensino domiciliar no País - que foi colocada como meta prioritária pelo governo de Jair Bolsonaro para os 100 primeiros dias de gestão.
A nomeação foi publicada nesta quarta-feira, 30. Maria Eduarda é de Londrina, onde cursou a graduação na Universidade Estadual de Londrina (Uel), mesma cidade de Carlos Francisco Nadalim, que vai chefiar a Secretaria de Alfabetização. Dono de uma escola chamada Mundo do Balão Mágico, ele também é defensor da educação domiciliar, o homeschooling.
Servidores do MEC estranharam a nomeação de uma pessoa sem experiência na área para um cargo que exige conhecimento técnico. Ela será coordenadora da Diretoria de Desenvolvimento Curricular e Formação de Professores Alfabetizadores, que é quem faz a articulação com Estados e municípios para a implementação de programas e políticas.
Os últimos a ocuparem cargos semelhantes na coordenação de programas de formação de professores tinham especialização na área da educação.
A ligação de Maria Eduarda com a área da educação foi em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) na graduação em Direito, em que defendeu o ensino domiciliar. "Homeschooling: uma possibilidade constitucional face ao declínio da educação escolar no Brasil", era o nome do trabalho apresentado em 2015.