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Sei a distinção entre papel de advogado e ministro do STF, diz Zanin em sabatina no Senado

Ele foi advogado de Lula na Lava Jato e sua indicação foi criticada por suposta imparcialidade

Zanin: o advogado focou a primeira parte de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça para promover sua atuação no direito empresarial (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Zanin: o advogado focou a primeira parte de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça para promover sua atuação no direito empresarial (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 21 de junho de 2023 às 11h30.

Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, disse que sabe a "distinção entre papel de advogado e ministro" do STF. Ele foi advogado de Lula na Lava Jato e sua indicação foi criticada por suposta imparcialidade.

"Não vou mudar de lado, pois meu lado sempre foi o mesmo: a Constituição", afirmou. "Para mim só existe um lado, o outro é barbárie, abuso de poder". Zanin também disse se sentir "seguro" e com "experiência necessária" para julgar temas relevantes e com impacto à sociedade.

Em aceno à oposição, o advogado disse que a "diversidade de pensamento é o que nos une" e que, em reuniões com lideranças, bancadas e senadores, teve "certeza que posições democráticas estão acima de qualquer interesse".

Cristiano Zanin focou a primeira parte de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça para promover sua atuação no direito empresarial. Ele também se colocou como um crítico da violação de direitos, e citou sua defesa de Lula nos processos da Lava Jato.

"Embora tenha uma carreira marcada basicamente no direito empresarial, fui coautor do habeas corpus que resultou na anulação das condenações do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de defesas técnicas que foram apreciados nos mais diversos tribunais do País", disse o advogado. Ele deu as declarações antes de os senadores começarem a fazer perguntas, enquanto lia um discurso.

Pacificador

O indicado ao STF disse no discurso inicial  que será um pacificador das relações entre os Poderes. Ele também disse que não tolerará "investidas contra a solidez da República". E afirmou que o Estado de Direito pressupõe liberdade de expressão e de imprensa.

A fala sobre pacificação está de acordo com a imagem que Zanin transmitiu a senadores nos últimos dias, quando procurou integrantes da Casa Alta para pedir apoio à sua nomeação. Diversos senadores disseram ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. que tiveram a impressão de que Zanin é discreto, ponderado e acessível. Essas características agradam a maioria dos integrantes do Senado.

Depois da sabatina, Cristiano Zanin precisará de ao menos 41 votos dos 81 senadores no plenário do Senado. Aliados de Lula dizem que ele deve ter entre 50 e 60 votos, mais que o suficiente para a aprovação. A sessão no plenário deverá ocorrer ainda nesta tarde.

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