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Sede do futuro Parque Olímpico lança novo projeto no Rio

Projeto urbanístico para a manutenção da favela e que impediria a remoção das 450 famílias que lá mora

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 20h18.

Rio - Representantes dos moradores da comunidade da Vila Autódromo, que fica junto ao local onde será construído o futuro Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016 , entregaram nesta quinta-feira ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, um projeto urbanístico para a manutenção da favela e que impediria a remoção das 450 famílias que lá moram.

A questão da destruição da Vila, localizada em área nobre da zona oeste da capital fluminense, é o ponto nevrálgico do projeto olímpico carioca. O cronograma atrasado da construção do Parque preocupa o Comitê Olímpico Internacional (COI).

O projeto, batizado Plano Popular da Vila Autódromo, foi desenhado por professores e alunos de arquitetura, sociologia e assistência social das Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e quer o saneamento e uma pequena urbanização da comunidade. Além de prometer solucionar violações ambientais que existem atualmente na região.

Eduardo Paes recebeu 10 dos representantes, mas não se comprometeu com a urbanização da favela. O prefeito, que concorre à reeleição, alegou que este é um momento eleitoral complicado e teme que qualquer medida seja utilizada para fins políticos.

"Essas pessoas moram lá há 40 anos. Não existe incompatibilidade entre o Parque Olímpico e a Vila Autódromo", disse Regina Bienenstein, professora da UFF e uma das coordenadoras do projeto. "Trata-se de uma comunidade pacífica. Não existem motivos sociais, de segurança ou ambientais que justifiquem a remoção", frisou a arquiteta.


Em entrevista na semana passada, Eduardo Paes reforçou que mantém a posição de retirar os moradores do local para um "condomínio de qualidade" a poucos quilômetros de distância. Disse, porém, que a remoção não vai se iniciar enquanto as novas moradias não estiverem prontas.

Os moradores rejeitam tal proposição. "A prefeitura tenta retirar a gente de lá há 20 anos. Mas continuamos a resistir", disse a artesã Jane do Nascimento Oliveira, de 57 anos, e que mora na favela há 11 anos. "Nosso projeto prevê que a prefeitura regularize as moradias e o comércio (da Vila), que nós vamos pagar os impostos", disse Jane, diretora da associação de moradores.

Outro argumento defendido pelos idealizadores do projeto é o custo. Segundo os números do Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio de Janeiro, a urbanização da comunidade custaria R$ 13,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões previstos para o reassentamento total da comunidade.

"Eles (a prefeitura) nem sequer nos mostraram o projeto das novas moradias. Não vimos nada", contou Bienenstein, que diz haver interesse comercial na área ocupada pela Vila Autódromo. "Querem construir condomínios de classe média alta e ninguém quer morar ao lado de uma favela", comentou.

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Rio - Representantes dos moradores da comunidade da Vila Autódromo, que fica junto ao local onde será construído o futuro Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016 , entregaram nesta quinta-feira ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, um projeto urbanístico para a manutenção da favela e que impediria a remoção das 450 famílias que lá moram.

A questão da destruição da Vila, localizada em área nobre da zona oeste da capital fluminense, é o ponto nevrálgico do projeto olímpico carioca. O cronograma atrasado da construção do Parque preocupa o Comitê Olímpico Internacional (COI).

O projeto, batizado Plano Popular da Vila Autódromo, foi desenhado por professores e alunos de arquitetura, sociologia e assistência social das Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e quer o saneamento e uma pequena urbanização da comunidade. Além de prometer solucionar violações ambientais que existem atualmente na região.

Eduardo Paes recebeu 10 dos representantes, mas não se comprometeu com a urbanização da favela. O prefeito, que concorre à reeleição, alegou que este é um momento eleitoral complicado e teme que qualquer medida seja utilizada para fins políticos.

"Essas pessoas moram lá há 40 anos. Não existe incompatibilidade entre o Parque Olímpico e a Vila Autódromo", disse Regina Bienenstein, professora da UFF e uma das coordenadoras do projeto. "Trata-se de uma comunidade pacífica. Não existem motivos sociais, de segurança ou ambientais que justifiquem a remoção", frisou a arquiteta.


Em entrevista na semana passada, Eduardo Paes reforçou que mantém a posição de retirar os moradores do local para um "condomínio de qualidade" a poucos quilômetros de distância. Disse, porém, que a remoção não vai se iniciar enquanto as novas moradias não estiverem prontas.

Os moradores rejeitam tal proposição. "A prefeitura tenta retirar a gente de lá há 20 anos. Mas continuamos a resistir", disse a artesã Jane do Nascimento Oliveira, de 57 anos, e que mora na favela há 11 anos. "Nosso projeto prevê que a prefeitura regularize as moradias e o comércio (da Vila), que nós vamos pagar os impostos", disse Jane, diretora da associação de moradores.

Outro argumento defendido pelos idealizadores do projeto é o custo. Segundo os números do Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio de Janeiro, a urbanização da comunidade custaria R$ 13,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões previstos para o reassentamento total da comunidade.

"Eles (a prefeitura) nem sequer nos mostraram o projeto das novas moradias. Não vimos nada", contou Bienenstein, que diz haver interesse comercial na área ocupada pela Vila Autódromo. "Querem construir condomínios de classe média alta e ninguém quer morar ao lado de uma favela", comentou.

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