Exame Logo

Secretário de Haddad defende ética de acusado em cartel

João Zaniboni é apontado pela Polícia Federal como um dos principais envolvidos no cartel metroferroviário que teria predominado em São Paulo entre 1998 e 2008

Estação da CPTM: ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito do caso Siemens (Felipe Golfeto/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 14h34.

São Paulo - O secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras do governo Fernando Haddad (PT), economista Osvaldo Spuri, afirmou que o engenheiro João Roberto Zaniboni "sempre foi uma pessoa boa de ética , de moral, um grande técnico".

Zaniboni é apontado pela Polícia Federal como um dos principais envolvidos no cartel metroferroviário que teria predominado em São Paulo entre 1998 e 2008, governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito do caso Siemens, multinacional alemã que fez acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para revelar a ação do cartel.

Em uma conta secreta na Suíça, Zaniboni recebeu US$ 826 mil, entre 1999 e 2002. Ele alega que recebeu por consultorias. Já repatriou o dinheiro.

Osvaldo Spuri depôs na Corregedoria Geral da Administração, vinculada à Casa Civil do governo Alckmin. O relato de Spuri ocorreu no dia 18 de outubro. Ele atua no setor metroferroviário desde 1975, passou pela antiga Fepasa, depois foi para a CPTM onde exerceu a função de coordenador da Unidade de Gerenciamento do Programa (UGP-BID), que tinha como atribuição aplicar as políticas do banco na estatal de trens.

Convidado pela gestão Haddad, desde 2013 Spuri atua na prefeitura de São Paulo, como secretário de Infraestrura e Obras.

Três corregedores do Governo Alckmin tomaram o depoimento de Spuri: Alexandra Comar de Agostini, Maria Helena Barbieri Maganini e Ricardo Nogueira Damasceno.

Perguntaram ao economista se ele conhece Zaniboni. Ele disse que conhece desde os tempos de Fepasa e trabalharam juntos na CPTM. "Zaniboni é um profissional competente e sério."

"Eu nunca tive nada a suspeitar do Zaniboni, ele é um grande técnico, é uma boa pessoa. Sempre foi um técnico muito competente do setor ferroviário, uma das melhores cabeças", afirma. "Não tenho nenhum constrangimento em falar isso."

Os corregedores também indagaram de Spuri se ele conhece o consultor Arthur Teixeira, que a PF sustenta ter sido o lobista do cartel - acusação rebatida energicamente pelo criminalista Eduardo Carnelós, defensor de Teixeira. "Eu me lembro dele (de Arthur Teixeira) , participava de reuniões técnicas, mas eu participava muito pouco dessas reuniões porque elas ocorriam em campo de obras e eu sou economista."

Sobre a ação do cartel, Osvaldo Spuri diz que "está lendo bastante sobre isso".

"Nunca tive informação nenhuma sobre cartel. Na época eram poucas empresas no setor, hoje têm as empresas da China e da Coreia do Sul, têm mais empresas. Tinha licitação que participavam só duas empresas, às vezes 3. Na década de 70 era um mercado que tinha poucos fornecedores. Hoje têm os chineses, os coreanos. O Brasil não tinha fábrica de trens metropolitanos, agora tem a Alstom e tem a CAF."

Veja também

São Paulo - O secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras do governo Fernando Haddad (PT), economista Osvaldo Spuri, afirmou que o engenheiro João Roberto Zaniboni "sempre foi uma pessoa boa de ética , de moral, um grande técnico".

Zaniboni é apontado pela Polícia Federal como um dos principais envolvidos no cartel metroferroviário que teria predominado em São Paulo entre 1998 e 2008, governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito do caso Siemens, multinacional alemã que fez acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para revelar a ação do cartel.

Em uma conta secreta na Suíça, Zaniboni recebeu US$ 826 mil, entre 1999 e 2002. Ele alega que recebeu por consultorias. Já repatriou o dinheiro.

Osvaldo Spuri depôs na Corregedoria Geral da Administração, vinculada à Casa Civil do governo Alckmin. O relato de Spuri ocorreu no dia 18 de outubro. Ele atua no setor metroferroviário desde 1975, passou pela antiga Fepasa, depois foi para a CPTM onde exerceu a função de coordenador da Unidade de Gerenciamento do Programa (UGP-BID), que tinha como atribuição aplicar as políticas do banco na estatal de trens.

Convidado pela gestão Haddad, desde 2013 Spuri atua na prefeitura de São Paulo, como secretário de Infraestrura e Obras.

Três corregedores do Governo Alckmin tomaram o depoimento de Spuri: Alexandra Comar de Agostini, Maria Helena Barbieri Maganini e Ricardo Nogueira Damasceno.

Perguntaram ao economista se ele conhece Zaniboni. Ele disse que conhece desde os tempos de Fepasa e trabalharam juntos na CPTM. "Zaniboni é um profissional competente e sério."

"Eu nunca tive nada a suspeitar do Zaniboni, ele é um grande técnico, é uma boa pessoa. Sempre foi um técnico muito competente do setor ferroviário, uma das melhores cabeças", afirma. "Não tenho nenhum constrangimento em falar isso."

Os corregedores também indagaram de Spuri se ele conhece o consultor Arthur Teixeira, que a PF sustenta ter sido o lobista do cartel - acusação rebatida energicamente pelo criminalista Eduardo Carnelós, defensor de Teixeira. "Eu me lembro dele (de Arthur Teixeira) , participava de reuniões técnicas, mas eu participava muito pouco dessas reuniões porque elas ocorriam em campo de obras e eu sou economista."

Sobre a ação do cartel, Osvaldo Spuri diz que "está lendo bastante sobre isso".

"Nunca tive informação nenhuma sobre cartel. Na época eram poucas empresas no setor, hoje têm as empresas da China e da Coreia do Sul, têm mais empresas. Tinha licitação que participavam só duas empresas, às vezes 3. Na década de 70 era um mercado que tinha poucos fornecedores. Hoje têm os chineses, os coreanos. O Brasil não tinha fábrica de trens metropolitanos, agora tem a Alstom e tem a CAF."

Acompanhe tudo sobre:CartelCPTMEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasÉticaMetrô de São Paulomobilidade-urbanaTransporte públicotransportes-no-brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame