São Paulo iguala recorde de calor e cidades passam dos 40 ºC (ROBERTO CASIMIRO/Estadão Conteúdo)
Repórter
Publicado em 23 de setembro de 2023 às 12h46.
Última atualização em 23 de setembro de 2023 às 13h07.
O estado de São Paulo apresentou, nos sete primeiros meses deste ano, um crescimento de 102,5% nos atendimentos ambulatoriais e internações devido à exposição ao calor, em comparação com o mesmo período de 2022. A Secretaria de Estado da Saúde divulgou, nesta sexta-feira, 22, que houve cinco óbitos relacionados ao calor nesse intervalo.
Os registros da Secretaria apontam 312 atendimentos em 2023, contra 154 no ano anterior. O grupo de risco inclui indivíduos acima de 60 anos, crianças com menos de quatro anos e pessoas com deficiências cognitivas, que possuem dificuldades em perceber ou comunicar sede e regular a temperatura corporal.
Os números divulgados não contemplam os meses de agosto e setembro. Com a tendência de elevação das temperaturas na primavera, espera-se um aumento desses índices.
O fenômeno das altas temperaturas não é exclusivo do Brasil. A Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) reportou que agosto de 2023 foi o mês mais quente desde que iniciaram os registros, há 174 anos.
A capital paulista deve enfrentar seu pico de calor neste final de semana, marcando a transição do inverno para a primavera. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura prevê que os termômetros alcancem 36ºC no domingo, 24, superando o recorde atual de 34,7ºC registrado nesta sexta-feira.
Com a ausência de chuvas, a previsão é de tempo seco, com a umidade podendo atingir 23% no domingo. Essa condição favorece a concentração de poluentes e aumenta os riscos de queimadas, potencializando problemas respiratórios.
Especialistas orientam a ingestão de 1,5 a 2 litros de líquidos diariamente, manter ambientes arejados e evitar exercícios físicos em horários de pico de calor. É importante observar sinais em grupos de risco, como crianças e idosos, que podem apresentar sintomas como irritação, pele avermelhada e redução na frequência de urina.
Idosos, em particular, têm maior propensão a quadros de desidratação devido a condições como diabetes e hipertensão, além da diminuição natural das funções do hipotálamo, responsável pela regulação da temperatura corporal.
Sintomas como sonolência, tontura, náusea e convulsões podem indicar desidratação e superaquecimento. Em casos de identificação desses sinais, é essencial buscar assistência médica imediatamente.