São Paulo: estado registra 37% das mortes por coronavírus do país (Eduardo Frazão/Exame)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2020 às 06h35.
Última atualização em 4 de maio de 2020 às 06h53.
Nesta segunda-feira (4), começa a valer a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção em transporte público no estado de São Paulo. A medida, anunciada na última quarta-feira pelo governador João Doria, é válida para passageiros do Metrô, de trens da CPTM, dos ônibus intermunicipais da EMTU e dos ônibus rodoviários que circulam dentro do estado. A obrigatoriedade se estende aos passageiros e motoristas de táxis e aplicativos, cabendo a regulamentação às prefeituras municipais.
A medida entra em vigor num momento em que se verifica um relaxamento do distanciamento social entre a população, ao mesmo tempo em que acelera a infecção com o novo coronavírus. Para ampliar o isolamento, a prefeitura da capital paulista começa nesta segunda-feira a fechar uma série de avenidas.
Até ontem, o estado de São Paulo tinha registrado 2.586 mortes por covid-19, o correspondente a 37% do total no país. O número de óbitos no estado subiu da média de 97 por dia na semana retrasada para 131 por dia na última semana, um crescimento de 35% no ritmo diário.
Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas afirmou que os fiscais da SPTrans, responsável pela gestão do transporte público por ônibus na cidade, vão começar a multar nesta segunda-feira as concessionárias flagradas com ônibus circulando com passageiro sem a máscara de proteção. A multa será de 3.300 reais por veículo ao dia. Apesar da quarentena, cerca de 3 milhões de pessoas utilizam diariamente os ônibus da capital.
Várias cidades do interior paulista estão adotando medida similar. Em Campinas, o uso obrigatório de máscaras em ônibus, táxis e serviços de transporte por aplicativo começa a valer também a partir de hoje. Em Santos e outras cidades do litoral, o uso do acessório começou a ser exigido na semana passada.
Em outros estados, cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis também adotaram a obrigatoriedade do uso de máscaras em transporte coletivo e em outros espaços públicos.
Embora a própria Organização Mundial da Saúde tenha demorado a recomendar o uso de máscaras de forma ampla pela população – no início, a instituição aconselhou seu uso apenas aos profissionais de saúde e pessoas pertencentes a grupos de risco –, o fato é que esse acessório é relativamente barato e fácil de ser encontrado. Por isso, o bom senso recomenda seu uso em lugares em que haja aglomeração de pessoas.
O Japão, um dos primeiros países atingidos pelo surto do novo coronavírus, tem larga tradição no uso de máscaras para evitar a propagação de doenças respiratórias. Ali, as pessoas usam máscara voluntariamente, sem necessidade de imposição legal. Até ontem, o Japão havia registrado 474 mortes por covid-19, média de 4 óbitos por milhão de habitantes. O Brasil, que fechou ontem com 7.025 mortes, tem uma média de 33 óbitos por milhão de pessoas.