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Rússia vê com otimismo relações econômicas com o Brasil

O banqueiro recalcou que para os países é mais fácil achar e respaldar fontes de crescimento capazes de compensar a queda dos preços das matérias-primas


	Dilma Rousseff com Vladimir Putin: "Na atual situação, a interação econômica entre os Estados pode se transformar em um dos fatores estabilizadores"
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff com Vladimir Putin: "Na atual situação, a interação econômica entre os Estados pode se transformar em um dos fatores estabilizadores" (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 10h00.

Moscou - A Rússia vê com otismismo as perspectivas de suas relações econômicas com o Brasil, apesar das turbulências pelas quais atravessam as economias dos países emergentes, disse nesta terça-feira à Agência Efe Sergei Vasiliev, vice-presidente de Vneshekonombank (VEB), o maior banco estatal de investimento russo.

"Na atual situação, a interação econômica entre os Estados pode se transformar em um dos fatores estabilizadores", indicou o número dois do VEB e presidente do Conselho de Negócios Rússia-Brasil, que realiza nesta terça-feira um fórum com empresários de ambos países na capital russa.

O banqueiro recalcou que para os países é mais fácil achar e respaldar fontes de crescimento capazes de compensar a queda dos preços dos hidrocarbonetos e das matérias-primas.

"Daí a situação atual é um motivo a mais para fortalecer os vínculos econômicos russo-brasileiros", acrescentou.

A volatilidade na economia, disse Vasiliev, "quase sempre freia o processo investidor, já que o capital privado não se arrisca em grandes projetos, quando são estes, em primeiro lugar os de infraestruturas, os capazes de manter flutuando a economia nos períodos de crise".

E é aí, na sua opinião, onde têm importância as instituições estatais de investimento, que assumem parte dos riscos que ajudam os grandes projetos.

Vasiliev destacou que as possibilidades de iniciar projetos de investimento em infraestruturas se ampliam consideravelmente quando nele participam vários Estados.

Neste sentido, o vice-presidente ressaltou a importância de entidades como o recém-criado Banco de Desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que começará a financiar projetos em abril de 2016.

Vasiliev indicou que o Banco de Desenvolvimento dos Brics estuda criar um centro de pagamentos em moeda estrangeira nacionais, o que, sem lugar a dúvidas, impulsionará a cooperação investidora e os intercâmbios comerciais.

Quanto à consecução da meta que foi proposta pelos governos da Rússia e Brasil de elevar o comércio bilateral até os US$ 10 bilhões, o vice-presidente do VEB indicou que se extrapolarem os resultados de 2014, que foi de US$ 6,8 bilhões, o objetivo será alcançado em 2017.

"Mas já hoje existem os fundamentos para supor, graças aos novos âmbitos de cooperação e os novos instrumentos financeiros, que pode ocorrer muito antes", acrescentou.

O vice-presidente explicou que no ano passado o Brasil exportou à Rússia mais de US$ 2 bilhões em produtos agropecuários, com um aumento de 80% das provisões de carne de porco e frango.

"Tradicionalmente, a maior parte das importações russas desde o Brasil correspondia à carne e subprodutos. Agora, depois do embargo (russo aos alimentos procedentes da União Europeia e outros países ocidentais), começamos a importar lácteos, em primeiro lugar queijos", ressaltou.

Vasiliev admitiu que os novos produtos brasileiros não chegam ao mercado russo com a rapidez que ele gostaria aos consumidores, pela necessidade de cumprir com as regulações fitossanitárias, que -explicou- têm sua particularidades em cada país.

"O Conselho de Negócios Rússia-Brasil trabalha precisamente para fortalecer a cooperação, facilitar o trabalho dos empresários em nossos mercados e aumentar o volume das provisões", indicou.

O vice-presidente do VEB destacou que os parceiros latino-americanos da Rússia, em particular Brasil, ajudaram a "equilibrar o mercado interno" após o veto russo aos alimentos perecíveis procedentes de países que impuseram sanções econômicas à Rússia por seu envolvimento na crise ucraniana.

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