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Rodoviários do Rio farão greve de 48h a partir de amanhã

Cerca de 400 pessoas participaram da discussão na frente do TRT na tarde de hoje (12), na Avenida Antônio Carlos, no centro da cidade


	Central do Brasil lotada: prefeitura anunciou plano de contingência para período da greve dos rodoviários
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Central do Brasil lotada: prefeitura anunciou plano de contingência para período da greve dos rodoviários (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 20h05.

Rio de Janeiro - Após a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que terminou sem acordo, trabalhadores rodoviários do Rio de Janeiro decretaram greve de 48 horas, a partir de amanhã.

Cerca de 400 pessoas participaram da discussão na frente do TRT na tarde de hoje (12), na Avenida Antônio Carlos, no centro da cidade.

O grupo é formado por rodoviários que não concordam com o acordo fechado, no mês passado, entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb) do Rio de Janeiro e o Rio Ônibus, sindicato das empresas, que determinou aumento de 10% nos salários e de 40% na cesta básica.

Com os reajustes, o salário básico de motorista ficou em R$ 1.957,86 e o de cobrador, em R$ 1.080,39.

O tíquete alimentação foi para R$ 140 por mês, com desconto de R$ 10 pagos pelo trabalhador.

A categoria pede 40% de reajuste e R$ 400 de tíquete alimentação, além do fim da dupla função de motorista e cobrador.

Durante as discussões na assembleia, os trabalhadores apontaram que, caso o Rio Ônibus não reabra as negociações, a greve será por tempo indeterminado.

Ficou acertado, entretanto, que, na quinta-feira (15), todos retornarão normalmente ao trabalho. Houve orientação para que não haja depredação de veículos, como ocorreu na semana passada.

A audiência no TRT foi sobre o dissídio de greve dos rodoviários, pedido apresentado pelo sindicato das empresas. A desembargadora Maria das Graças Paranhos, responsável pela sessão de dissídios coletivos, explicou que não foi possível chegar a um acordo.

“Todos os dissídios coletivos, seja ele de greve ou econômico, precisa de uma audiência de conciliação, porque, se chegar a um acordo entre as categorias, o processo é encerrado. Mas, lamentavelmente, não tivemos êxito. Como eles tiveram uma negociação em abril, a categoria econômica entende que não há mais espaço para negociação”.

De acordo com ela, o Sintraturb terá cinco dias para apresentar a defesa, depois o sindicato patronal vai ter cinco dias para vistas.

Em seguida, o Ministério Público do Trabalho terá 48 horas para apresentar parecer. Após todo esse trâmite, ocorrerá o sorteio de um relator na corte e o dissídio de greve vai a julgamento.

O vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Sebastião José da Silva, destacou que a paralisação não foi chamada pela entidade.

“O dissídio aqui hoje foi provocado pelo Rio Ônibus. O objetivo aqui era julgar a ilegalidade da greve. Envolveram o sindicato, mas o sindicato não fez a greve, veio aqui se defender, simplesmente isso. O que existe é uma paralisação, greve é quando a entidade que representa decreta, o que não foi o caso”.

Ele avaliou que o acordo fechado pelo sindicato foi melhor do que a maioria dos acordos coletivos fechados no Brasil este ano. “Nós entendemos que encaminhar uma negociação pedindo 40% está totalmente fora da realidade do país”, afirmou.

A comissão dos trabalhadores participou da audiência no TRT, mas nenhum representante teve a oportunidade de se pronunciar, apenas os advogados.

A advogada da comissão, Isabela Blanco, reiterou que cabe ao sindicato a legitimidade de apresentar a pauta de reivindicação, mas a comissão reivindica ser ouvida e pretende participar do processo de dissídio como assistente.

“Os trabalhadores saíram daqui decepcionados, por entenderem que vieram aqui para serem ouvidos, mas infelizmente os advogados das empresas foram irredutíveis. Quem tem o direito de apresentar essa pauta é o sindicato, mas há uma pauta de reivindicação da comissão que poderia ser encampada. Há o pedido para que a comissão continue acompanhando o processo como assistente no processo de dissídio”.

A prefeitura anunciou um plano de contingência para o período da greve dos rodoviários, a fim de minimizar os impactos à população.

A operação de pico dos trens da SuperVia será antecipada em 90 minutos, com início às 4h30, e com redução do intervalo entre as composições. Os trens especiais que partem de Bangu, Campo Grande, Deodoro e Madureira também terão reforço. A circulação começará às 4h.

O metrô terá o horário do pico antecipado em 60 minutos, a partir das 5h30. As composições começam a circular às 5h e vão operar com capacidade máxima.

Nas barcas, o intervalo entre as embarcações será reduzido a partir das 6h30 em Cocotá, na Ilha do Governador. Nos ônibus, serão priorizadas as linhas de ligação com outros modais e em áreas não atendias por outros meios de transporte coletivo.

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