São Paulo - Um rodízio oficial de água restrito aos bairros abastecidos pelo Sistema Cantareira levaria ao surgimento de "refugiados hídricos" e ao esgotamento dos outros cinco mananciais que abastecem a Grande São Paulo.
Esta é a opinião dos especialistas e funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ouvidos pelo Estado.
A reportagem apurou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) dá como certa a adoção de um racionamento oficial, mas ainda discute três cenários possíveis: 1) só no Cantareira, que abrange, principalmente, a zona norte e a região central da capital; 2) no Cantareira e no Alto Tietê, que inclui a zona leste; 3) em toda Grande São Paulo, onde 20 milhões de pessoas são atendidas pela Sabesp.
A abrangência do rodízio é que vai determinar a quantidade de dias que a população ficará sem água. A própria Sabesp cogitou um esquema de 5 por 2 (cinco dias sem água e dois com). Segundo o Estado apurou, a opção mais provável estudada é 4 por 2.
A medida deve ser decretada até abril, início do período de estiagem, mas pode ser implementada em março, se a seca neste mês no Cantareira, que é o maior sistema, repetir o cenário de janeiro.
"A crise chegou a tal ponto que, se você adotar o rodízio só em um ou dois sistemas, você leva os demais ao esgotamento rapidamente, porque estaremos no período seco e eles são muito menores do que o Cantareira", explica o engenheiro e professor José Roberto Kachel, ex-funcionário da Sabesp.
"Qualquer medida dessa que não seja tomada em toda região vai criar uma segregação de território. As pessoas vão querer fugir para onde tem água. Teremos refugiados hídricos", afirma Francisca Adalgisa, presidente da Associação dos Profissionais Universitários (APU) da Sabesp.
Em janeiro de 2014, a Sabesp planejou um rodízio oficial restrito ao Cantareira, conforme o Estado revelou. O plano, contudo, foi vetado pelo governo Alckmin, que apostou na redução da pressão, no bônus, na transferência de água de outros sistemas e nas chuvas. Oficialmente, a Sabesp afirma que não há definição sobre rodízio.
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1. No limite
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1/17 (Thinkstock)
São Paulo - Assim como futebol e política, “
água” virou assunto corrente nas conversas de quem mora em São Paulo. No supermercado, na fila do ônibus, na hora do almoço, as perguntas estão sempre lá: Meu bairro pode ser afetado? A conta de água vai ficar mais cara? Afinal, quantos volumes mortos existem? E o Sistema Cantareira vai conseguir se recuperar? Veja a seguir algumas respostas.
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2. Meu bairro corre risco de sofrer com a falta d´água?
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2/17 (Fred Tanneau/AFP)
Finalmente, depois de mais de um ano de crise, a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) publicou em seu site os horários em que cada bairro é afetado pela redução de pressão, que pode durar de 7h a 18 horas seguidas. Segundo especialistas, a medida de contenção pode afetar o abastecimento em regiões elevadas, gerando falta de água.
Veja aqui o período em que cada bairro tem a pressão da água reduzida.
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3. Existem quantas cotas de volume morto?
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3/17 (Paulo Whitaker/Reuters)
São três, apenas. Com a segunda cota aproximando-se de 5%, São Paulo ainda poderia utilizar a terceira. Mas esgotar o sistema seria imprudente, segundo especialistas. Além disso, os 200 bilhões de litros de água da terceira e última cota estão praticamente no "lodo", conforme avaliação da Agência Nacional de Águas, o que exigiria soluções mais custosas para tratar o insumo de baixa qualidade.
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4. Qual o impacto do uso do volume morto na qualidade da água e na saúde pública?
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4/17 (Divulgação/Sabesp)
Por se tratar de uma área mais funda, abaixo do nível de captação, o chamado volume morto (ou reserva “técnica ou estratégica”, como diz o governo) serve de zona de sedimentação dos micropoluentes no ambiente aquático e, também, de alguns metais pesados. Quando remexida, pode impactar não só a qualidade da água, mas a vida dos seres daquele ecossistema. Estima-se que os gastos da Sabesp tenham aumentado em 40% com tratamento dessa água, comparada à água do volume útil. Em nota enviada à reportagem de EXAME.com, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) afirmou que realiza, periodicamente, análises da qualidade da água dos reservatórios, com o objetivo de avaliar os aspectos ambientais do denominado “volume morto”. "Essa caracterização é realizada por meio de parâmetros físicos, químicos e biológicos. Com base nessa análise, verifica-se que a água do reservatório continua apresentando boas condições de qualidade, tanto para proteção da vida aquática quanto captação visando o abastecimento público”, diz o órgão.
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5. Por que o rodízio de água não começou antes?
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5/17 (Divulgação/Cesan)
O rodízio de água era a primeira opção apresentada pela Sabesp para contornar os níveis decadentes do sistema Cantareira. O plano foi formalmente entregue em janeiro de 2014 ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), mas foi descartado pelo governo Alckmin. Na ocasião, o rodízio proposto era de 48 horas com água e 24 horas sem para as localidades atendidas pelo Cantareira. Se tivesse sido implementada há um ano, a medida poderia ter resultado em uma economia de 120 bilhões de litros em 2014.
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6. O Sistema Cantareira conseguirá se recuperar? Quando?
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6/17 (foto/Reuters)
Deixar o manancial se esgotar, como está ocorrendo, gera graves efeitos ambientais. O esgotamento de uma represa afeta os lençóis freáticos do entorno e de todo o ecossistema. “Esses mananciais precisam ser preservados e não explorados à exaustão. É uma questão de preservação da qualidade da água”, disse à EXAME.com Roberta Baptista Rodrigues, doutora em recursos hídricos e professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi. Segundo os especialistas, recuperar esses sistemas não será fácil, mesmo com muita chuva. À medida que a quantidade de água dos reservatórios diminui, aumenta a taxa de evaporação, uma vez que o solo fica mais seco em contato com a atmosfera. Assim, a água da chuva que cai evapora com mais facilidade, dificultado a infiltração no solo. Segundo previsão do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia, o sistema Cantareira terminou 2014 sem recuperar 492 bilhões de litros de água perdidos durante os 12 meses. E até ontem (30), recebera apenas 54,52% dos 271,1 milímetros previstos os 31 dias de janeiro.
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7. A conta de água vai ficar mais cara?
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7/17 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
Já ficou. O primeiro reajuste na tarifa de água e esgoto foi de 6,7%, em dezembro. Mas o g
overno Alckmin já cogita um novo reajuste para o mês de abril, além de um endurecimento da sobretaxa para quem elevar o consumo. Tais medidas buscariam inibir o consumo através da “dor no bolso” e cobrir as perdas financeiras da Sabesp.
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8. O que aconteceu com as chuvas abundantes do verão?
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8/17 (Image Source White/Thinkstock)
Os especialistas ainda não chegaram a um consenso para explicar os baixos índices pluviométricos que frustraram, sobremaneira, as previsões meteorológicas. Apesar das fortes pancadas de chuva que causaram enchentes e derrubaram árvores em São Paulo, choveu pouco frente ao esperado e ao necessário para aliviar a crise. Alguns fatores podem influenciar bastante esse quadro. Segundo o Climatempo, o bloqueio atmosférico que predominou sobre o Sudeste durante a maior parte de janeiro dificultou a ocorrência de chuva por toda a região. Tanto no verão de 2014 quanto no de 2015, São Paulo ficou sob influência do sistema de alta pressão, que causa o fenômeno de subsidência do ar: o ar descende, aquece e fica mais estável e isso inibe a formação de nuvens e chuvas significativas. Esse sistema cria um bloqueio atmosférico que impede, por exemplo, a chegada da umidade vinda da Amazônia, essencial para formação de chuvas. O fenômeno também contribui para elevar os termômetros.
Janeiro de 2015 foi o segundo mais quente da história de São Paulo. Para alguns estudiosos, a seca severa também é reflexo dos extremos provocados pelas mudanças climáticas, para os quais o Estado estaria mal preparado.
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9. O desmatamento da Amazônia pode influenciar a estiagem?
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9/17 (Getty Images)
Parte da origem da escassez de chuvas também pode encontrar-se há mais de 2000 quilômetros de distância, no desmatamento e na degradação da Amazônia. A região funciona como verdadeira cabeceira dos mananciais aéreos da maior parte das chuvas na América do Sul. Generosa, a floresta cede boa parte de sua umidade para o restante do Brasil. Os chamados rios voadores amazônicos fazem curva no Acre e, durante o verão, passam por cima de nossas cabeças carregando umidade para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Mas o desmatamento é um problema que ameaça esse poder incrível, conforme mostrou o estudo
“O Futuro Climático da Amazônia”, conduzido pelo pesquisador Antonio Donato Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE).
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10. Como a crise está afetando a população?
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10/17 (Nacho Doce/Reuters)
Segundo p
esquisa recente, 68% dos paulistanos já sofreram problemas de abastecimento de água nas últimas semanas, o que não deixa espaço para o otimismo. A grande maioria dos moradores da capital (82%) acham que a cidade pode ficar totalmente sem água nos próximos meses. Quase metade dos entrevistados culpou a falta de planejamento do governo estadual pela gravidade da crise hídrica.
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11. Água subterrânea é solução para a crise hídrica?
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11/17 (RICARDO CORREA / EXAME)
Com o aprofundamento da crise, a demanda por água subterrânea tem disparado. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), a procura por sistemas de perfuração de poços tubulares aumentou cerca de 30% em São Paulo. Indústrias e condomínios são os principais interessados. O prefeito Fernando Haddad chegou a lançar licitações para perfurar poços artesianos, como medida emergencial, em caso de falta d’água. Na grande maioria dos casos é dos poços artesianos que os caminhões pipa retiram água. Segundo especialistas, o uso adequado dos recursos subterrâneos reserva grandes oportunidades, mas também traz desafios. Eles apontam como entraves a burocracia (pode levar até 5 meses para furar um poço) e a falta de corpo técnico capacitado no Estado para fiscalizar as operações e controlar a qualidade da água. Uma combinação que estimula a clandestinidade. “A cidade de SP tem cerca de 2000 poços outorgados pelo DAEE, mas estima-se em mais de 8 mil o número de clandestinos, que incluem tantos poços operantes, como paralisados”, diz o geólogo Carlos Eduardo Giampá.
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12. Quem tem caixa d´água com bom reservatório deve se preocupar?
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12/17 (Andrevruas/Wikimedia Commons)
Diante da ameaça de um rodízio ou de racionamento, é natural que os consumidores procurem alternativas de armazenamento para não ficar sem água. Em Campinas, por exemplo, a procura por caixas d´água aumentou em mais de 100%. Os modelos com maior capacidade de armazenamento são os mais buscados. Não há dúvidas de que os reservatórios ajudam em tempos de restrição. Mas segundo especialistas, no caso de se instaurar, efetivamente, um racionamento, o tamanho do reservatório ficará em segundo plano, uma vez que volume de água recebida por cada pessoa deverá ser igual. Em um cenário radical, o abastecimento de água seria feito por caminhão-pipa.
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13. A escassez de água ameaça as indústrias?
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13/17 (.)
Praticamente todo tipo de empresa depende de água para realizar suas atividades. As indústrias, por exemplo, dependem de volumes colossais de água para arrefecer caldeiras, lavar equipamentos e pátios e ainda suprir a demanda de água potável para os funcionários. A situação fica mais crítica para aquelas que usam água como matéria-prima, como as indústrias de bebida e produtos de limpeza. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),
a crise da água pode impactar 60 mil indústrias na Grande São Paulo, representando quase 60% do PIB industrial do estado. No caso de racionamento, há prioridade de abastecimento humano, o que pode restringir o consumo industrial.
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14. Dessalinização é medida eficaz para aliviar a crise?
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14/17 (Creative Commons/Flickr/Diego Torres Silvestre)
A dessalinização é um processo físico-químico de retirada de sais da água saloba, tornando-a doce, ou potável. No Brasil, a alternativa é usada para abastecer estados do Nordeste, além de cidades em Minas Gerais. Apesar de viável, a solução apresenta obstáculos: é uma tecnologia cara para produzir água em grande escala e necessariamente teria que ficar em região litorânea, o que encareceria ainda mais os custos com transporte.
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15. O que o governo estadual e a Sabesp estão fazendo (e já fizeram)?
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15/17 (Nacho Doce/Reuters)
De saída, a Sabesp ofereceu desconto de até 30% na conta para quem economizasse água. Outra medida, essa menos popular por vários motivos, foi a tentativa de provocar chuva artificial, um processo chamado de semeadura de nuvens, ao custo de R$ 4,5 milhões. Depois, o governo adotou uma sobretaxa para coibir aumento do consumo. A investida mais radical, no entanto, foi recorrer, de forma inédita, para as obras de retirada do volume morto, considerada por alguns especialistas uma ação deletéria. Outra alternativa é a construção de um canal para retirar água da bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro. A Sabesp lançou, nesta sexta-feira (30), o edital para a execução da interligação entre as represas Jaguari (bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (bacia do Sistema Cantareira). O governador anunciou ainda obras que aumentarão a capacidade do sistema Alto Tietê e o aumento de captação do Guarapiranga para socorrer ainda mais o Cantareira. Outra opção é usar água da represa Billings para evitar o racionamento na Região Metropolitana. A represa tem hoje dez vezes o volume de água do Sistema Cantareira, e serve como um grande reservatório de água e de esgoto. Porém, todas as solução que envolvem obras são de médio prazo, com exceção da interligação da Billings, prevista para ser entregue em maio. No momento, a medida mais eficaz para evitar uma catástrofe ainda repousa na redução drástica do consumo. Sem isso e sem as chuvas fartas, a saída será implantar racionamento oficial a partir de abril, como sinalizou o governo paulista.
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16. Como São Paulo mergulhou nesta crise?
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16/17 (José Luís da Conceição/Divulgação/Governo de São Paulo)
Ninguém duvida que o mau humor de São Pedro teve participação. Mas a responsabilidade do santo guardião da chuva termina aí. Uma parcela bem maior cabe ao poder público, o zelado oficial da água, incumbido de gerenciar esse recurso natural com parcimônia. Faz pelo menos quatro anos que o Estado de São Paulo está a par dos riscos de desabastecimento de água na Região Metropolitana. Em dezembro de 2009, o relatório final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, feito pela Fundação de Apoio à USP, não só alertou para a vulnerabilidade do sistema Cantareira como sugeriu medidas cabíveis a serem tomadas pela Sabesp a fim de garantir uma melhor gestão da água. Antes disso, na outorga de 2004, uma das condicionantes era que a Sabesp tivesse um plano de diminuição de dependência do Cantareira. Apesar disso, as obras necessárias para reduzir a dependência do principal sistema de abastecimento paulista não foram feitas. As falhas de planejamento deixaram a cidade mais vulnerável ao humor do clima.
O Governo de São Paulo diz que fez sua parte na crise da água. Será mesmo?
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17. Última gota
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17/17 (Divulgação/Sabesp)