Rocinha vive difícil transição para conseguir a paz
A Rocinha foi ocupada em 13 de novembro de 2011 por centenas de policiais, com o apoio de blindados e helicópteros do exército
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2012 às 22h00.
Rio de Janeiro - Os moradores da Rocinha, comunidade mais emblemática do Rio de Janeiro , vivem uma transição difícil para conseguir a paz desde que a polícia tomou o controle do bairro das mãos dos traficantes, no final do ano passado.
A Rocinha foi ocupada em 13 de novembro de 2011 por centenas de policiais, com o apoio de blindados e helicópteros do Exército, em uma operação que pretendia pôr fim à violência relacionada ao tráfico de drogas.
No entanto, apesar da entrada de forças de segurança, a comunidade, encravada entre os bairros da Gávea e São Conrado, registrou nove assassinatos nos últimos dois meses, aparentemente devido a vinganças entre facções rivais de narcotraficantes.
Uma das vítimas foi um cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da polícia Militar, assassinado na semana passada quando patrulhava o setor. O suboficial foi o primeiro policial morto em uma comunidade carioca pacificada pelas autoridades.
Por causa do aumento da violência, a polícia anunciou que a Rocinha receberá reforço de até 700 efetivos para consolidar a pacificação. ''Com isso, esperamos em pouco tempo ter mais proximidade com a população'', disse nesta terça-feira o major Edson Santos, coordenador policial da Rocinha.
Vários operadores turísticos oferecem passeios pelo bairro aos estrangeiros, no entanto, nesta semana, a empresa ''Jipe Tour'' suspendeu temporariamente as excursões ''por segurança'', segundo explicou à Agência Efe um responsável da companhia.
Embora muitos aspectos da vida diária da favela tenham melhorado depois da ocupação policial, como a coleta de lixo, asfalto das ruas, serviços de telefonia, restauração e bancários, alguns habitantes dizem estar decepcionados com o resultado da operação.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, nos últimos quatro meses 61 pessoas foram detidas, 59 fuzis foram apreendidos, além de 36 pistolas, nove carabinas, sete escopetas e nove metralhadoras. Cerca de 500 quilos de cocaína e 20 de maconha também foram confiscados.
Em uma barraca armada com placas de metal e plásticos, além de uma grelha cheia de carne e fumaça, Maria, moradora do bairro há 20 anos, disse à Agência Efe que ''agora não há em quem confiar''.
''Antes ninguém roubava e não havia assaltos. Mas hoje nem sequer posso abrir toda a noite'', afirmou mostrando a patrulha policial que estava na calçada em frente.
Ao meio-dia o movimento na Rocinha é intenso. Caminhões e ônibus sobem e descem as ruas principais. Centenas de lojas de roupa, quitandas, lanchonetes, bares e vendedores ambulantes, e até agências de viagens movimentam o bairro carioca de casas coloridas, de acordo com o gosto de cada proprietário.
Na ladeira de entrada da Rocinha, há policiais com rifles na mão vigiando a passagem das crianças à escola. ''Nos fazemos respeitar e há muita gente boa que agradece nossa presença e pede nossa ajuda'', disse à Efe um dos agentes.
Outra vizinha da favela, chamada Antonia Pereira Lima, falou que agora ''pelo menos não há meninos com armas sem treinamento'', em referência aos traficantes, mas destacou que não consegue se acostumar à presença contínua da polícia.
Rio de Janeiro - Os moradores da Rocinha, comunidade mais emblemática do Rio de Janeiro , vivem uma transição difícil para conseguir a paz desde que a polícia tomou o controle do bairro das mãos dos traficantes, no final do ano passado.
A Rocinha foi ocupada em 13 de novembro de 2011 por centenas de policiais, com o apoio de blindados e helicópteros do Exército, em uma operação que pretendia pôr fim à violência relacionada ao tráfico de drogas.
No entanto, apesar da entrada de forças de segurança, a comunidade, encravada entre os bairros da Gávea e São Conrado, registrou nove assassinatos nos últimos dois meses, aparentemente devido a vinganças entre facções rivais de narcotraficantes.
Uma das vítimas foi um cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da polícia Militar, assassinado na semana passada quando patrulhava o setor. O suboficial foi o primeiro policial morto em uma comunidade carioca pacificada pelas autoridades.
Por causa do aumento da violência, a polícia anunciou que a Rocinha receberá reforço de até 700 efetivos para consolidar a pacificação. ''Com isso, esperamos em pouco tempo ter mais proximidade com a população'', disse nesta terça-feira o major Edson Santos, coordenador policial da Rocinha.
Vários operadores turísticos oferecem passeios pelo bairro aos estrangeiros, no entanto, nesta semana, a empresa ''Jipe Tour'' suspendeu temporariamente as excursões ''por segurança'', segundo explicou à Agência Efe um responsável da companhia.
Embora muitos aspectos da vida diária da favela tenham melhorado depois da ocupação policial, como a coleta de lixo, asfalto das ruas, serviços de telefonia, restauração e bancários, alguns habitantes dizem estar decepcionados com o resultado da operação.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, nos últimos quatro meses 61 pessoas foram detidas, 59 fuzis foram apreendidos, além de 36 pistolas, nove carabinas, sete escopetas e nove metralhadoras. Cerca de 500 quilos de cocaína e 20 de maconha também foram confiscados.
Em uma barraca armada com placas de metal e plásticos, além de uma grelha cheia de carne e fumaça, Maria, moradora do bairro há 20 anos, disse à Agência Efe que ''agora não há em quem confiar''.
''Antes ninguém roubava e não havia assaltos. Mas hoje nem sequer posso abrir toda a noite'', afirmou mostrando a patrulha policial que estava na calçada em frente.
Ao meio-dia o movimento na Rocinha é intenso. Caminhões e ônibus sobem e descem as ruas principais. Centenas de lojas de roupa, quitandas, lanchonetes, bares e vendedores ambulantes, e até agências de viagens movimentam o bairro carioca de casas coloridas, de acordo com o gosto de cada proprietário.
Na ladeira de entrada da Rocinha, há policiais com rifles na mão vigiando a passagem das crianças à escola. ''Nos fazemos respeitar e há muita gente boa que agradece nossa presença e pede nossa ajuda'', disse à Efe um dos agentes.
Outra vizinha da favela, chamada Antonia Pereira Lima, falou que agora ''pelo menos não há meninos com armas sem treinamento'', em referência aos traficantes, mas destacou que não consegue se acostumar à presença contínua da polícia.