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RJ tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 no Brasil, aponta Fiocruz

Dados fluminenses de óbitos por 100 mil habitantes estão bem à frente de São Paulo, que tem maior número absoluto de mortes pelo coronavírus do país

Covid-19: A Fiocruz alertou, por meio de nota técnica, que o sistema de saúde fluminense entrou em colapso com o aumento no número de casos (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Covid-19: A Fiocruz alertou, por meio de nota técnica, que o sistema de saúde fluminense entrou em colapso com o aumento no número de casos (Tomaz Silva/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 17h18.

O estado do Rio apresenta a maior taxa de mortalidade pela covid-19 do Brasil, aponta levantamento do MonitoraCovid-19, ferramenta de monitoramento da Fiocruz que acompanha o avanço da doença pelo país. Ao todo, são 131 óbitos por 100 mil habitantes, bem à frente de São Paulo (91,7 mortes por 100 mil), que lidera no número absoluto de vítimas fatais do novo coronavírus no Brasil.

O cálculo da taxa de mortalidade por 100 mil ou por milhão de habitantes costuma ser utilizado para ponderar o impacto das mortes causadas pela covid-19 conforme o contexto demográfico de determinado município, estado ou país. O dado do MonitoraCovid-19 indica que, no quadro atual da epidemia, o Rio é a unidade da federação com mais óbitos pela doença levando em conta a proporção de óbitos em relação à população.

A nível nacional, o Rio é seguido de outros seis estados com mais de 100 óbitos por 100 mil habitantes: Distrito Federal (129,56), Amazonas (116,74), Mato Grosso (116,41), Roraima (116,29), Espírito Santo (106,4) e Ceará (104,92).

Na última quarta-feira, o projeto alertou, por meio de nota técnica, que o sistema de saúde fluminense
entrou em colapso com o aumento no número de casos. Na região metropolitana do Rio, 172 pessoas aguardavam na fila por um leito de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) ontem. A taxa de ocupação das unidades intensivas na rede privada já chega a 98%.

No mesmo documento, a Fiocruz alertou que os números da Covid-19 na cidade do Rio também preocupam. Durante boa parte da pandemia, o município ficou atrás de São Paulo, capital, no índice de mortes diárias. Nas últimas duas semanas, o quadro se inverteu — são 60 óbitos no Rio, frente a 35 na capital paulista, que tem quase o dobro da população carioca. A instituição alerta que o Rio pode retomar o padrão de transmissão do Sars-CoV-2 observados no início da pandemia.

Rio se aproxima de 23 mil mortes

Segundo o último boletim do consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, Estado de S. Paulo, UOL e Folha de S. Paulo, o estado do Rio soma 22.764 mortes pela Covid-19 e 361.397 casos da doença. Já o estado São Paulo, cuja população é quase três vezes maior do que a fluminense, tem 42.456 vítimas fatais do coronavírus e 1.259.704 infecçoes registradas.

No Rio, o comitê científico que assessora o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) sugeriu que algumas medidas de isolamento social sejam retomadas em meio à alta de casos e mortes. Na administração estadual, o governador interino Cláudio Castro (PSC) anunciou um programa de testagem em massa que começará na próxima sexta-feira sob a justificativa de evitar um "lockdown".

Já em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou na última segunda-feira, dia seguinte ao segundo turno das eleições municipais, o retorno de todos os municípios do estado para a chamada fase amarela, que restringe o horário de funcionamento e a ocupação de estabelecimentos e eventos.

 

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