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Riscos para saúde são pequenos, diz governo sobre "Carne Fraca"

Três frigoríficos suspeitos de irregularidades foram interditados nesta sexta-feira; 33 servidores do Ministério da Agricultura foram afastados

 (Nacho Doce/Reuters)

(Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2017 às 17h38.

Última atualização em 20 de março de 2017 às 15h41.

São Paulo - Em entrevista coletiva nesta sexta (17), o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pesca e Agropecuária, Eumar Novacki, afirmou que os casos de irregularidades apontados pela Operação Carne Fraca nesta sexta-feira (17) são isolados e, portanto, não representam um risco à saúde pública. Mas, segundo ele, os consumidores devem ficar atentos para qualquer irregularidade em produtos de origem animal. 

Novacki afirma que as suspeitas recaem sobre 21 estabelecimentos e 4 grupos empresariais, enquanto o universo de empresas fiscalizadas pelo ministério chega perto de 5 mil. "Não é um fato cotidiano. São fatos isolados, que não representam de modo algum a postura do ministério", disse.

Frigoríficos interditados

Até o momento, segundo ele, três frigoríficos de um universo de 21 suspeitos foram interditados. São eles:

. Unidade BRF Mineiros, Goiás - produção de frango

. Peccin Agroindustrial em Jaguará do Sul (SC) e Curitiba (PR) - produção de salsicha e mortadela.

"As três empresas colocadas sob suspeita já estão interditadas. Já mandamos um documento suspendendo as operações", afirmou Novacki. 

Os outros frigoríficos suspeitos serão investigados a partir da próxima segunda-feira por uma força-tarefa do Serviço de Inspeção Federal, responsável pela fiscalização dos produtos de origem animal. 

Funcionários afastados

O governo determinou o afastamento de 33 servidores envolvidos em um esquema investigado pela Operação Carne Fraca. Desses, quatro ocupavam cargos comissionados e já foram exonerados.

O governo vai instaurar procedimentos para apurar a conduta desses servidores. Segundo Novacki, alguns procedimentos já haviam sido abertos no passado, sobre o mesmo tema, mas ainda não foram concluídos.

Novacki disse ainda que os servidores afastados não representam a maioria do ministério, que conta com 11 mil funcionários, dos quais 2,3 mil trabalham na área de fiscalização. "Isso não representa de forma alguma a postura dos servidores de ministério, que, em sua grande maioria, são de boa índole."

"As investigações começaram há dois anos e, hoje, culminaram em prisões e conduções coercitivas", afirmou.

Novas regras

O secretário-executivo disse que o ministério já havia determinado mudanças em uma série de procedimentos. Na área de inspeção, ele mencionou a portaria 257, de novembro do ano passado, que proibiu a interferência de superintendentes regionais na remoção de fiscais de uma empresa para outra.

"Esse foi um dos fatos elencados na Operação", afirmou. "Para se mudar um fiscal de um estabelecimento para outro, o pedido deve vir até Brasília. A secretaria-executiva é que executa as mudanças."

Também segundo ele, o ministério criou um setor responsável por uma auditoria nos estabelecimentos para verificar se a fiscalização foi realizada de forma correta. "Não aceitamos esse tipo de conduta. Vamos tomar todas as providências para punir os que cometeram desvios de conduta e vamos trabalhar para não voltar a acontecer."

O secretário-executivo disse ainda que a pasta apresentou à Casa Civil um novo regulamento de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. "Fizemos uma atualização e trouxemos um capítulo com procedimentos e penalidades. Vamos dar cada vez mais transparência às ações."

Novacki reconheceu que novas operações e investigações podem vir no futuro. "Estamos tomando providências administrativas e encaminhando informações ao Ministério Público e à Polícia Federal. Essa parceria vai existir e vamos trabalhar firmemente para evitar que isso se repita no futuro."

 

 

 

 

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