Protesto no Brasil: instabilidade é acentuada pela proximidade das eleições (Leonardo Benassatto/Reuters)
Luiza Calegari
Publicado em 22 de abril de 2018 às 13h59.
São Paulo — O risco político de curto prazo no Brasil está maior do que o de países como China, Rússia, Índia, Arábia Saudita e Botswana, segundo o mapa de riscos de 2018 montado pela consultoria Marsh em parceria com a BMI Research.
A proximidade das eleições presidenciais no Brasil é a principal justificativa para o agravamento do risco de curto prazo, segundo a consultoria.
Para calcular o risco político, é atribuída a cada um dos 200 países pesquisados uma nota de 0 a 100. Quanto mais próxima de 100 a pontuação, menor o risco político. Quanto mais baixa, portanto, maior é o risco.
A do Brasil está em 57,5, enquanto a da Rússia é de 66,5, e a da China, de 80,2. Notas abaixo de 60 já indicam certa instabilidade.
Para determinar essa pontuação, o relatório leva em consideração a capacidade do governo de propor e implementar políticas, estabilidade social, ameaças imediatas à capacidade do governo de governar, os riscos de um golpe, entre outras variáveis.
Quanto mais alto o risco político, pior é para uma empresa estrangeira investir no país. já que não há segurança sobre as ações governamentais nem sobre as reações da sociedade num geral.
Na América Latina, só o Peru está melhor que o Brasil, com pontuação de 59,6. A Venezuela, que enfrenta uma grave crise política e econômica, tem nota de 30,6.
Os países com as melhores pontuações no ranking são Noruega (96,7), Suíça (92,9) e Canadá (92,7).
A estabilidade dos Estados Unidos está um pouco em xeque devido ao estilo de governo de Donald Trump, que precisa enfrentar situações de tensão com a Coreia do Norte e decidiu comprar uma briga comercial com a China.
Na Europa, África e Ásia, a maior preocupação para investidores e atores estrangeiros é a possibilidade de atentados terroristas.
Além do risco político, a Marsh ainda avalia o risco operacional e o risco econômico para criar um índice amplo e geral para os países analisados.
Somando todos os critérios, a pontuação geral do Brasil cai: com risco operacional de 48,5, risco econômico de 55,6 e risco político de 57,5, o score final do país fica em 56,9.
Rússia e China também se saem melhor nessa comparação, com, respectivamente, 61,2 e 68,7 de risco.
Entre nossos vizinhos da América Latina, estamos pior que México, Peru, Colômbia, Chile, Equador e Panamá, mas à frente de outros países, como Cuba e Argentina.
O mapa completo de risco dos países está disponível no site da Marsh.