Risco de caos na saúde faz cidades do ABC paulista suspenderem as aulas
Prefeitos se reuniram nesta quarta, dia 24, para deliberar sobre novas medidas diante do aumento dos casos da Covid-19; taxa de ocupação de UTIs já chega a 90%
Carla Aranha
Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 16h40.
Prefeitos das sete cidades que formam o ABC paulista, na Grande São Paulo, como São Bernardo do Campo, Santo André, Santo André e Mauá, reuniram-se na tarde desta quarta-feira, dia 24, para deliberar sobre novas medidas de combate à Covid-19 . Em praticamente todos esses municípios, a taxa de ocupação de leitos de UTI já está próxima a 90%.
"Nos últimos dez dias, houve um aumento de 20% no número de internações, o que é extremamente preocupante", diz Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo do Campo.
Os munícipios da região decidiram pela suspensão das aulas nas escolas públicas -- a única exceção foi São Caetano, onde o ensino presencial deverá continuar. O toque de recolher será decretado às 21h, com limite até 22h, em uma hora a menos do que o preconizado pelo governador João Doria (PSFB), e o transporte público não poderá funcionar entre 22h e 5h da manhã.
"Não vamos acompanhar todas as decisões do governo estadual em relação à Covid-19 por considerarmos que o quadro atual exige medidas mais duras, como o cancelamento das aulas", diz Morando. O governo de São Paulo não deve suspender as atividades escolares por enquanto.
Os prefeitos da região deverão se reunir novamente no próximo dia 4, quando novas medidas poderão ser tomadas. A prefeitura de São Bernardo do Campo pediu que a cidade de São Paulo também adote restrições mais duras, como a suspensão de aula, para evitar que o índice de contágio da Covid-19 continue a aumentar exponencialmente em toda a região. "Provavelmente, a nova cepa do coronavírus, detectada em Manaus, já está circulando no ABC", diz Morando. "A situação é de grande cautela e preocupação".