Rio entrará com ação no STF para renegociar dívida com a União
Governador Cláudio Castro afirma que estado entrará com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF)
Agência de notícias
Publicado em 11 de março de 2024 às 15h04.
Última atualização em 11 de março de 2024 às 15h05.
O governador Cláudio Castro (PL) passou duas horas e meia reunido com a metade dos 46 deputados federais — entre nomes de seu partido, como General Pazuello e Carlos Jordy; assim como Chico Alencar (PSOL) e Aureo Ribeiro (Solidariedade) —, os deputados estaduais Luiz Paulo (PSD) e Rodrigo Amorim (PTB), assim como o senador Carlos Portinho (PL).
O encontro foi no Palácio Laranjeiras, antiga residência oficial dos governadores, no fim da manhã desta segunda-feira. Em pauta, a renegociação da dívida Fluminense com a União — que ao fim de 2023 era de R$ 188 bilhões, dos quais R$ 157 bilhões eram diretamente do débito com a União, enquanto os outros R$ 31 bilhões são de operações financeiras das quais ela é garantidora, como com bancos, por exemplo. Segundo o governador, o Estado do Rio entrará com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a dívida.
O diálogo com os deputados servirá ainda para colocar em pauta um projeto de lei tratando do assunto, que beneficiaria não só o Rio, mas como outros estados, como Goiás, Bahia e Alagoas, com “dívidas sensíveis e grandes”, conforme pontuou Castro.
— Se a gente estiver livre dessa âncora que nos puxa para baixo, nós entendemos que tudo (fará) a arrecadação do estado aumentar. E a atividade econômica aumentando, a União ganha muito mais que nós — disse o governador, no que chamou de um processo de “ganha-ganha”. — Não tenho dúvidas, é a bancada federal falou que comunga dessa certeza conosco, que liberando os estados dessa amarra você vai, num futuro bem próximo, melhorar a situação da união.
Pelos cálculos do governo, em 2023, o Rio arrecadou R$ 409,3 bilhões, dos quais retornaram R$ 29,1 bilhões para o estado. Atualmente o Rio deve R$ 188 bilhões à União: desse valor, a previsão é de quitar R$ 9,5 bilhões em 2024.
Entre os agravantes apontados para o tamanho da dívida está o plano de recuperação fiscal homologado em 2022, em que, no dia seguinte, o estado já sofreu com a lei que reduziu a alíquota do ICMS, principal imposto estatal. O cálculo é que, com essa redução, o Rio perdeu R$ 12,6 bilhões se somar 2022 e 2023. Apesar disso, Castro pontua que “não vai haver aumento de imposto nenhum”.
— A ação visa a renegociar o plano (de recuperação fiscal ). A gente entende que essa ação é uma continuidade do regime, e ela vem questionar a dívida na origem dela, os indexadores dela e decisões que aconteceram por parte da União desde 1997 que catapultaram aos valores que temos hoje — explicou Castro.
O pedido do Rio é pela mudança no cálculo da dívida, que passe a ser baseado somente no IPCA, já que “não se pode ter lucro em cima de entes federados”, conforme pontuou o governador. Desde 2013, a dívida é calculada a partir do IPCA + 4% de juros, ou pela Taxa Selic, o que for menor.