Rio de Janeiro - A cidade do Rio de Janeiro desdobrará no domingo a maior operação de segurança de sua história, com a mobilização de 25.787 policiais, para garantir a ordem pública durante a final da Copa do Mundo do Brasil que será disputada entre Argentina e Alemanha no estádio do Maracanã .
"É a maior operação de segurança que a cidade e o país viram. É uma grande responsabilidade não só organizar a final do Mundial, mas também ter tantas autoridades e visitantes estrangeiros no evento", afirmou nesta sexta-feira o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.
O funcionário explicou em entrevista coletiva que, além de garantir a segurança dos pelo menos 11 chefes de Estado e 74 mil torcedores que encherão o Maracanã, o plano procura evitar incidentes em possíveis manifestações anunciadas por alguns grupos sociais que criticam os elevados gastos públicos no Mundial.
A operação igualmente procura garantir a segurança dos cerca de 100 mil argentinos esperados no Rio neste final de semana, a grande maioria dos quais chegam sem entrada para a partida.
Segundo Beltrame, ao contrário de outras operações para garantir a segurança em entrevistas de chefes de Estado ou de eventos como a visita do papa Francisco, a final do Mundial exige uma mobilização policial maior para prevenir possíveis disputas entre torcedores.
"Ao contrário da Jornada Mundial da Juventude (a visita feita no ano passado pelo papa Francisco), agora teremos afeições rivais e bebidas alcoólicas", afirmou.
Além de reforçar a segurança nas imediações do Maracanã, as autoridades determinaram reforços no Sambódromo e no Terreirão do Samba, dois tradicionais espaços para o carnaval que foram transformados em estacionamento para cerca de 500 moto homes e ônibus de torcedores argentinos.
Igualmente será aumentada a presença de Polícia na Lapa, reduto de bares e restaurantes no centro da cidade invadido atualmente por milhares de estrangeiros, e em Armação dos Búzios, cidade a cerca de 180 quilômetros do Rio de Janeiro que tradicionalmente é refúgio de argentinos nas férias.
A operação se estenderá ao Palácio de Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro e onde a presidente Dilma Rousseff oferecerá um almoço às autoridades estrangeiras.
Entre os líderes já confirmados na final destaque para os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; e da África do Sul, Jacob Zuma; assim como da chanceler alemã, Angela Merkel; e do presidente da Alemanha, Joachim Gauck.
O secretário de Segurança Pública acrescentou que as Forças Armadas apoiarão a operação com a mobilização de militares, de grupos especializados em defesa química e biológica, e de 25 embarcações no litoral do Rio de Janeiro.
A Força Aérea Brasileira garantirá o cumprimento do fechamento do espaço aéreo do Rio de Janeiro entre poucas horas antes e poucas horas depois da final.
Beltrame admitiu que os serviços de inteligência da Polícia já identificaram a possibilidade de manifestações antes, durante e depois da partida.
A repetição de grandes protestos que sacudiram o Brasil no ano passado, alguns contra os gastos públicos no Mundial, era um dos maiores temores das autoridades brasileiras antes da competição, mas as manifestações até agora foram poucas e de grupos muito reduzidos.
O plano de segurança foi discutido na quinta-feira em reunião entre o ministro de Justiça, José Eduardo Cardozo, e dirigentes da Fifa .
Segundo Cardozo, além dos cerca de 26 mil policiais, o plano inclui 1.500 seguranças particulares contratados pela Fifa e que atuarão dentro do Maracanã.
"Contamos com um plano de segurança tão detalhado para a final que temos certeza que manteremos o nível de excelência conseguido durante todo o Mundial", disse o ministro.
O governo brasileiro também reforçou o efetivo da Polícia Rodoviária para atender aos milhares de argentinos que estão se deslocando por terra rumo ao Rio de Janeiro.
A Polícia Rodoviária calcula que pelo menos 250 ônibus atravessarão a fronteira entre Brasil e Argentina nesta sexta-feira com torcedores dispostos a realizar a viagem de perto de 30 horas até Rio de Janeiro.
- 1. Público X Privado
1 /12(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
São Paulo - Faltando nove meses para a abertura da
Copa do Mundo de 2014 , já se pode dizer que a conta do evento pesou mesmo é no bolso dos brasileiros, apesar de promessas em contrário: de cada R$ 10 gastos nos
estádios do Mundial
, R$ 6 são dinheiro público. Do orçamento total de R$ 8 bilhões das 12 arenas, R$ 4,8 bilhões saíram dos cofres do governo. Só o de Brasília, Mané Garrincha, custou 1,43 bilhão de reais, tendo como principal companhia outro bilionário, o
Maracanã . Apenas três estádios foram completamente financiados sem recursos dos governos estaduais. O governo federal até que não gastou diretamente, mas ajudou com vários incentivos. Um dele é o programa de financiamento do
BNDES , que liberou R$3,8 bilhões; o outro é Recopa, regime especial que desonerou a contratação de serviços e a compra de equipamentos de impostos federais como IPI, PIS/Pasep, entre outros.Clique nas fotos para conferir levantamento de EXAME.com feito com a ajuda do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), que mantém o
Portal 2014.
*Atualizada no dia 13/9 para mudança dos valores da Arena Fonte Nova, que não contou com recursos públicos em sua construção. - 2. Mané Garrincha (Brasília) - R$1,43 bilhão
2 /12(Mateus Baeta/ Portal da Copa)
Valor total: R$ 1,43 bilhão
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 1,43 bilhão
Entregue em maio de 2013 A obra foi a única a não solicitar o financiamento do BNDES. A viabilidade financeira ocorreu por meio de recursos da Terracap (agência imobiliária pública controlada pelo Distrito Federal e pela União), oriundos da venda de terrenos de propriedade do governo.
- 3. Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 1,19 bilhão
3 /12(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
Valor total: R$ 1,19 bilhão
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 1,19 bilhão
Entregue em abril de 2013 A obra de reforma do Maracanã foi feita inteiramente com recursos públicos. Os R$ 1,19 bilhões gastos na obra foram viabilizados pelo governo estadual via financiamento do BNDES (R$ 400 milhões) e o restante veio diretamente do caixa do Tesouro Estadual do Rio de Janeiro.
- 4. Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 605 milhões
4 /12(REUTERS/Bruno Kelly)
Valor total: R$ 605 milhões (previsto)
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 605 milhões
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra está sendo paga pelo governo do Amazonas, que captou parte do valor - R$ 388,1 milhões - através de financiamento do BNDES.
- 5. Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 537,5 milhões
5 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 537,5 milhões (previsto)
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 537,5 milhões
Previsão de conclusão: outubro de 2013 A obra foi inteiramente bancada com recursos do Governo do Mato Grosso, sendo que R$ 337,9 milhões foram captados via financiamento do BNDES.
- 6. Castelão (Fortaleza) - R$ 518 milhões
6 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 518 milhões
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 518 milhões
Entregue em dezembro de 2012 O Castelão foi o primeiro estádio da Copa a ser entregue.A obra foi inteiramente financiada pelo governo do Ceará, que conseguiu financiamento do BNDES de R$ 351,5 milhões. Os outros 167 milhões são oriundos do Tesouro Estadual. A operação do estádio é feita pelo Consórcio dasempresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça.
- 7. Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 131 milhões
7 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 265 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 134 milhões
Recursos públicos: R$ 131 milhões
Previsão de conclusão: dezembro 2013Os R$ 131 milhões de recursos públicos foram captados via financiamento do BNDES. O empréstimo foi tomado pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) administrado pela agência de fomento estatal. O restante foi bancado pelo Clube Atlético Paranaense.
- 8. Arena Fonte Nova (Salvador) - sem recursos públicos
8 /12(Governo Federal/Portal da Copa)
Valor total: R$ 591,7 milhões
Recursos privados: R$ 591,7 milhões
Recursos públicos: -
Entregue em abril de 2013 O Estádio foi construído pela Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado da Bahia e a Fonte Nova Negócios e Participações (FNP).A FNP financiou R$ 323,6 milhões com o BNDES.Além disso, um empréstimo no valor de R$ 250 milhões também foi feito pela FNP com BNB (Banco do Nordeste do Brasil). O restante foi adquiridoatravés do Desenbahia – Agência de Fomento do Estado da Bahia.
- 9. Arena das Dunas (Natal) - sem recursos públicos
9 /12(Glauber Queiroz/Portal da Copa)
Valor total: R$ 400 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 400 milhões
Recursos públicos: -
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra foi quase inteiramente financiada pelo BNDES, que liberou R$ 396,5 milhões ao consórcio OAS Arenas, que será administrador do equipamento por 20 anos. O restante também fica a cargo da OAS.
- 10. Beira-Rio (Porto Alegre) - sem recursos públicos
10 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 330 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 330 milhões
Recursos públicos: -
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra está sendo realizada por uma parceria entre o Clube Internacional e a construtora Andrade-Gutierrez. O investimento O Clube aportou parte dos recursos (R$ 26 milhões) e a construtora conseguiu financiamento de R$ 235 milhões via BNDES. Em contrapartida pelo investimento, durante 20 anos, a Andrade Gutierrez, por meio da Sociedade de Propósito Específico, terá direito a explorar todas as novas áreas criadas no estádio.
- 11. Arena Pernambuco (Recife) - sem recursos públicos
11 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 529,5 milhões
Recursos privados: R$ 529,5 milhões
Recursos públicos: -
Entregue em abril de 2013O estádio foi construído através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pelas empresas Odebrecht Participações e Investimentos (OPI) e Construtora Norberto Odebrecht do Brasil. A SPE foi concebida para construir e operar a Arena Pernambuco em regime de parceria público-privada (PPP) com o governo estadual.A empresa conseguiu financiar R$ 400 milhões através do BNDES.
- 12. Agora, veja exemplos de "legados" que o Brasil não terá
12 /12(Adidas/Facebook.com)