Rio confirma mais 16 casos da variante Delta e já são 23 identificados
Secretário municipal de Saúde Daniel Soranz alertou que carioca 'evite qualquer tipo de exposição desnecessária'
Agência O Globo
Publicado em 17 de julho de 2021 às 18h27.
A cidade do Rio confirmou mais 16 casos da variante Delta . Ao todo já são 23 identificados na capital com a nova cepa. As novas amostras foram identificadas pelo laboratório da UFRJ e da DASA.
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"Variante Delta realmente está se instalando no Rio, recebemos a confirmação de mais 15 resultados positivos do lab da UFRJ, um do DASA, com mais 7 que tínhamos da FIOCRUZ ao todos 23 casos confirmados. #useMascara evite qualquer tipo de exposição desnecessária"escreveu o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz em uma rede social
Segundo a prefeitura do Rio, a Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde recebeu os resultados dos exames laboratoriais neste sábado e "agora, em posse dos novos resultados, a vigilância genômica realizará a investigação epidemiológica de cada caso".
Estratégia de vacinação
Após a confirmação da transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus na cidade do Rio, a prefeitura já estuda adotar a combinação de vacinas para proteger a população contra esta cepa, que é mais transmissível. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que, em muitos países, é analisada a aplicação de imunizantes de diferentes fabricantes, a chamada vacinação heteróloga, para promover maior eficácia e combater as mutações do Sars-CoV-2, o causador da Covid-19.
— Muito provavelmente a vacina heteróloga pode, sim, combater melhor as variantes. É uma discussão que precisa acontecer. É importante que reforcemos a capacidade técnica do Plano Nacional de Imunizações (PNI) para que possamos, cada vez mais, estar à frente desse debate. É uma pandemia. Então, tomar decisões oportunas é fundamental para salvar vidas — disse Soranz. — A maior parte das evidências científicas coloca que a combinação de vacinas traz efeitos de proteção superiores. Logo, precisamos colocar isso na pauta.
Na quarta-feira (14), a prefeitura informou que dois cariocas, de 27 e 30 anos, que moram em Olaria e na Ilha de Paquetá, haviam sido infectados pela Delta. Eles não tinham viajado recentemente, o que confirmou a transmissão comunitária. Nesta sexta-feira, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) divulgou mais cinco contaminados pela variante, identificada pela primeira vez na Índia: uma moradora de Campo Grande, de 72 anos; um homem de 25 anos, de Manguinhos; e três mulheres de 29, 65 e 47 anos, residentes de Campo Grande, Bangu e Santíssimo. Todos os sete já estão curados.
Também há três casos confirmados fora da capital, nas cidades de Seropédica, São João de Meriti e Campos dos Goytacazes. Destes, somente o paciente do Norte Fluminense foi uma “infecção importada”, já que ele testou positivo no dia que voltou da Índia.
Soranz chama a atenção para o exemplo de outros países, onde a Delta se espalhou rapidamente, tornando-se a predominante. Apesar de ser mais transmissível, ainda não se sabe se esta variante causa mais casos graves da doença.
De acordo com o secretário, o principal risco observado pelos técnicos é quanto à possibilidade de a variante conseguir romper a barreira estabelecida pelas vacinas. Segundo ele, até agora, as evidências mostram que os imunizantes aplicados no Brasil — CoronaVac, Pfizer, AstraZeneca e Janssen — são eficazes contra todas as novas cepas do coronavírus.
— Nossa preocupação é que surja alguma cepa que as vacinas não tenham uma cobertura adequada, principalmente para internações e para óbitos. Mas nós já sabemos que as vacinas que temos hoje aplicadas no Rio cobrem contra todas as variantes que estão circulando no Brasil — afirmou Soranz.
A combinação em avaliação seria das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, independentemente da ordem. A iniciativa valeria também para a terceira dose de idosos, que vem sendo estudada pela Prefeitura do Rio. Quem tem 60 anos ou mais poderá receber um reforço, entre outubro e dezembro.
A “AstraPfizer” já é usada no Rio para completar o ciclo de imunização das grávidas que receberam a primeira dose da AstraZeneca antes de 11 de maio, quando o uso da vacina produzida pela Fiocruz foi suspenso em gestantes e puérperas (quem deu à luz há até 45 dias) por precaução. A medida foi tomada após uma grávida sofrer um AVC e morrer depois de receber o imunizante, mas não há comprovação de relação entre o óbito e a vacina.
A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, destacou que a mistura de vacinas é algo previsto pelas próprias fabricantes após o início dos estudos da chamada fase 4, de observação dos já imunizados.
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