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Retirar receita de jornais subitamente não é melhor opção, diz Maia

Ao comentar MP de Bolsonaro, deputado avaliou que veículos são importantes para liberdade de imprensa e afirmou não achar que mídia ataca presidente

Rodrigo Maia: para presidente da Câmara, imprensa apenas divulga notícias, não ataca o presidente (Ricardo Moraes/Reuters)

Rodrigo Maia: para presidente da Câmara, imprensa apenas divulga notícias, não ataca o presidente (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 18h01.

Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 18h05.

Brasília — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira, 6, que tirar receita subitamente dos jornais não é a melhor decisão, ao comentar medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro que tira obrigatoriedade de empresas de capital aberto publicarem seus balanços financeiros em veículos de comunicação impressos.

"Retirar essa receita dos jornais da noite para o dia não me parece a melhor decisão. Acho que a Câmara e o Senado poderão construir um acordo onde a gente olhe para o futuro, onde o papel jornal já não seja de fato relevante. Mas no curto prazo é difícil a gente imaginar nos próximos cinco ou seis anos, que da noite para o dia, vamos inviabilizar milhares de jornais que funcionam informando a sociedade", disse.

Em entrevista a jornalistas, Maia avaliou que os jornais impressos ainda são instrumento importante para garantir a liberdade de imprensa e comentou declarações dadas mais cedo por Bolsonaro, que disse que a MP era uma retribuição dos ataques que afirma ter sofrido da imprensa.

"Eu acho que a imprensa não está atacando ele. A imprensa está divulgando notícia. Se é contra ou a favor, essa é uma avaliação que cada um de nós tem que fazer quando é criticado ou elogiado pela imprensa. Não acho que o presidente tenha tomado a decisão de editar a medida provisória por isso", disse Maia.

Maia disse ainda que a Câmara e o Senado trabalharão para construir um acordo sobre esta questão durante a análise da medida provisória editada por Bolsonaro.

Mais cedo, em dois eventos no Estado de São Paulo — um na capital e um em Itapira —, Bolsonaro comentou a edição da MP que tira a obrigatoriedade de as empresas publicarem seus balanços financeiros em jornais, permitindo que eles sejam publicados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou de graça no Diário Oficial da União.

Em tom irônico, Bolsonaro comentou, em discurso na capital paulista, que esperava que o jornal Valor Econômico, pertencente ao Grupo Globo e onde várias empresas publicam seus balanços, "sobreviva" à MP.

Mais tarde, em Itapira, Bolsonaro disse abertamente que a MP era uma retribuição ao que afirmou serem ataques que sofreu da imprensa.

"No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou, assinei uma medida provisória fazendo com que os empresários que gastavam milhões de reais para publicar obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União a custo zero", disse o presidente.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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