Paulo Nogueira Batista Jr, representante do Brasil no FMI: diplomata terá que consultar Mantega sobre questões mais importantes (Carol T. Powers/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 15h58.
Brasília - O economista Paulo Nogueira Batista Jr. continuará sendo o representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), mas terá que consultar o ministro Guido Mantega antes de se manifestar sobre questões "de maior importância", disse o Ministério da Fazenda em comunicado nesta quarta-feira.
O comunicado foi divulgado após encontro mantido nesta quarta-feira entre Mantega e Nogueira Batista para tratar do posicionamento manifestado pelo economista, na semana passada, contra a liberação de recursos do FMI para a Grécia, que constrangeu o governo brasileiro.
"O entendimento é de que, em questões de maior importância, a consulta (à equipe econômica) é necessária e imprescindível", de acordo com a nota.
Em 31 de julho, Nogueira Batista divulgou nota incomum tornando pública sua contrariedade à liberação de mais recursos para a Grécia e demais países europeus em dificuldades, alegando frustração das economias emergentes com a política de resgate do FMI. Na semana passada, ele se absteve em votação no órgão para a liberação de 1,7 bilhão de dólares à Grécia.
Esse posicionamento provocou desconforto no governo brasileiro, levando Mantega a ligar para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, para desautorizar Nogueira Batista e afirmar que o Brasil apoia o plano de ajuda à Grécia.
No comunicado, a Fazenda reiterou "que houve um problema de comunicação" sobre a decisão e que frequentemente os representantes do país no FMI têm de tomar diversas decisões e que nem sempre é possível a consulta ao ministro da Fazenda.
O comunicado afirmou ainda que Mantega e Nogueira Batista avaliaram que os programas de resgate à Grécia e outros países da zona do euro "precisam ser revistos e aperfeiçoados de modo a dar melhores condições de recuperação a esses países." O Ministério da Fazenda concluiu o comunicado informando que o economista "conta, como sempre contou, com o respaldo político do ministro da Fazenda".