Renan Calheiros: o senador avalia que é preferível postergar a tramitação da reforma que passar o sentimento para a população de que o governo está "entregando a conta da reforma para alguém" (Moreira Mariz/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2017 às 21h08.
Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), avalia "construir um texto" da reforma trabalhista que "contemple todos os lados envolvidos".
Renan esteve reunido com alguns aliados e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), na noite desta quarta-feira, 10, para encontrar alternativas à proposta da reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 27 de abril, agora em análise no Senado.
Apesar da tentativa do governo de acelerar a tramitação da reforma trabalhista, Renan considera que a edição de uma Medida Provisória (MP) para contemplar mudanças dos senadores no projeto, como sugeriu o presidente Michel Temer, significaria que a "política falhou, não conseguiu". Caso o Senado aprove mudanças na proposta da reforma, o texto terá de voltar à Câmara, o que pode atrasar a sua tramitação em até um ano.
Renan avalia que é preferível postergar a tramitação da reforma que passar o sentimento para a população de que o governo está "entregando a conta da reforma para alguém".
"Você acha que o mais importante é ter um prazo para fazer a reforma ou fazer uma que seja significativa dos avanços e atualizações necessárias?", questionou.
O alagoano ponderou que ainda não há nada concretizado sobre o assunto e que está apenas "trocando ideias" com parlamentares.
Ele defendeu que é papel do Parlamento buscar um entendimento entre todas as partes envolvidas.
"O presidente Temer disse que vai editar uma MP para corrigir aspectos da terceirização. E, se fosse o caso, como consequência da conversas, poderia fazer o mesmo para corrigir aspectos da trabalhista. Mas eu disse para ele que o papel do Senado é de tornar a medida provisória desnecessária, mas vamos ter que conversar isso com calma, ponto a ponto", disse Renan.