Relatório propõe aumentar segurança no setor de mineração
A comissão criada na Câmara para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem de rejeitos em Mariana aprovou relatório que pede mudanças na legislação
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 16h32.
A comissão parlamentar externa criada na Câmara dos Deputados para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana (MG) , em 5 de novembro, aprovou nesta quarta-feira (16) um relatório preliminar do deputado Sarney Filho (PV/MA), coordenador da comissão, com propostas para alterar a legislação e aumentar a segurança do setor de produção mineral.
O texto aprovado destaca que, apesar de as causas e as responsabilidades pela tragédia ainda estarem sendo apuradas, já é possível adotar algumas ações, como o envio de propostas para alteração do substitutivo do deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG) ao novo Código de Mineração e projetos de lei modificando a Lei da Política Nacional de Segurança de Barragens, a Lei de Crimes Ambientais e a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segundo o relatório, após o desastre envolvendo a mineradora Samarco no último mês, o relator do novo Código de Mineração acolheu em seu substitutivo diversas demandas socioambientais que já haviam sido pleiteadas por movimentos sociais e entidades ambientalistas desde o início das discussões do novo marco legal, como o seguro de barragens e maior controle social da atividade.
“Mesmo permanecendo o eixo do substitutivo voltado à defesa dos interesses econômicos do setor mineral, o acolhimento dessas demandas representa uma esperança de que a atividade minerária possa algum dia vir a incorporar as dimensões social e ambiental, juntamente com a econômica, para formar o tripé da sustentabilidade”, conclui o documento.
No caso das propostas de alteração das três legislações citadas, o objetivo é fortalecer as ações de prevenção e gestão de risco de desastre, possibilitar o aumento do teto das multas até cem vezes o valor máximo, no caso de desastre ambiental, e equiparar a resíduos perigosos os rejeitos de mineração depositados em barragens a jusante (depois da barragem, no sentido da corrente do rio), nas quais existam comunidades que possam ser atingidas por seu eventual rompimento.
O relatório destaca que, se adotadas, essas propostas vão permitr que medidas de precaução sejam implantadas e desastres como o de Mariana sejam evitados. “Entretanto, uma análise preliminar já permite inferir que, mesmo sem tais alterações, se a legislação relativa a meio ambiente e a gestão de desastres fosse aplicada com seriedade, talvez o evento não tivesse ocorrido ou seus impactos não tivessem sido tão dramático”, diz o relatório.
De acordo com o documento, uma das principais falhas detectadas após o rompimento da barragem de Fundão foi a falta de alerta às comunidades e de preparação dos municípios a jusante.
O relatório também lista os impactos já contabilizados nas regiões atingidas, como a destruição de povoados, a morte de 16 pessoas, 1.265 desabrigados, transtorno no abastecimento de água de diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, usinas hidrelétricas com produção de energia interrompida, destruição de patrimônio histórico, e outros danos socioambientais.
A comissão parlamentar externa criada na Câmara dos Deputados para acompanhar os desdobramentos do rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana (MG) , em 5 de novembro, aprovou nesta quarta-feira (16) um relatório preliminar do deputado Sarney Filho (PV/MA), coordenador da comissão, com propostas para alterar a legislação e aumentar a segurança do setor de produção mineral.
O texto aprovado destaca que, apesar de as causas e as responsabilidades pela tragédia ainda estarem sendo apuradas, já é possível adotar algumas ações, como o envio de propostas para alteração do substitutivo do deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG) ao novo Código de Mineração e projetos de lei modificando a Lei da Política Nacional de Segurança de Barragens, a Lei de Crimes Ambientais e a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segundo o relatório, após o desastre envolvendo a mineradora Samarco no último mês, o relator do novo Código de Mineração acolheu em seu substitutivo diversas demandas socioambientais que já haviam sido pleiteadas por movimentos sociais e entidades ambientalistas desde o início das discussões do novo marco legal, como o seguro de barragens e maior controle social da atividade.
“Mesmo permanecendo o eixo do substitutivo voltado à defesa dos interesses econômicos do setor mineral, o acolhimento dessas demandas representa uma esperança de que a atividade minerária possa algum dia vir a incorporar as dimensões social e ambiental, juntamente com a econômica, para formar o tripé da sustentabilidade”, conclui o documento.
No caso das propostas de alteração das três legislações citadas, o objetivo é fortalecer as ações de prevenção e gestão de risco de desastre, possibilitar o aumento do teto das multas até cem vezes o valor máximo, no caso de desastre ambiental, e equiparar a resíduos perigosos os rejeitos de mineração depositados em barragens a jusante (depois da barragem, no sentido da corrente do rio), nas quais existam comunidades que possam ser atingidas por seu eventual rompimento.
O relatório destaca que, se adotadas, essas propostas vão permitr que medidas de precaução sejam implantadas e desastres como o de Mariana sejam evitados. “Entretanto, uma análise preliminar já permite inferir que, mesmo sem tais alterações, se a legislação relativa a meio ambiente e a gestão de desastres fosse aplicada com seriedade, talvez o evento não tivesse ocorrido ou seus impactos não tivessem sido tão dramático”, diz o relatório.
De acordo com o documento, uma das principais falhas detectadas após o rompimento da barragem de Fundão foi a falta de alerta às comunidades e de preparação dos municípios a jusante.
O relatório também lista os impactos já contabilizados nas regiões atingidas, como a destruição de povoados, a morte de 16 pessoas, 1.265 desabrigados, transtorno no abastecimento de água de diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, usinas hidrelétricas com produção de energia interrompida, destruição de patrimônio histórico, e outros danos socioambientais.