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Relatório aponta propina paga por quatro empresas

Apelidado de "Bolachão" por integrantes do esquema, José Ricardo atuava em favor das empresas dentro do conselho mediante recebimento de propinas


	Apelidado de "Bolachão", José Ricardo atuava em favor das empresas mediante recebimento de propinas
 (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

Apelidado de "Bolachão", José Ricardo atuava em favor das empresas mediante recebimento de propinas (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2015 às 10h12.

Brasília e São Paulo - Relatório da Polícia Federal sobre e-mails interceptados com autorização judicial na Operação Zelotes afirma que Mitsubishi, Gerdau e BRF foram "clientes" de José Ricardo da Silva na época em que ele era conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Apelidado de "Bolachão" por integrantes do esquema, José Ricardo atuava em favor das empresas dentro do conselho mediante recebimento de propinas, afirmam os investigadores.

No caso da Gerdau, a PF identificou um possível pagamento irregular de R$ 50 milhões para interferir no julgamento de um recurso contra uma multa de R$ 4 bilhões.

Bolachão recebeu de seu sócio num escritório de advocacia, João Batista Gruginski, o texto pronto do voto que deveria proferir para, supostamente, beneficiar a empresa.

No mesmo relatório, a PF afirmou que "outro cliente do grupo seria a MMC Automotores do Brasil", em referência à detentora da marca Mitsubishi.

Nesse caso, a empresa teria pago propina de R$ 3,6 milhões. Os repasses teriam sido feitos em 18 transações, de novembro de 2012 a dezembro de 2013, para a consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa, outra cooptadora de interessados nas fraudes, segundo a PF.

Outra troca de e-mails envolvendo José Ricardo mostra, segundo os policiais, que "a Eleva Alimentos S/A foi mais um cliente identificado com processos dentro do Carf". A empresa, afirma o relatório, transferiu para a SGR Consultoria, outra das captadoras de clientes para o esquema, R$ 292,2 mil.

Em um e-mail enviado ao conselheiro, é feita referência a processos da BRF/Eleva, em referência à gigante do ramo de alimentos BRF, controladora da Perdigão, empresa que comprou a Eleva em 2007. "Quanto aos cálculos dos processos da BRF/Eleva, não esqueça de enviar junto com a ata ou certidão de julgamento para encaminhar o pedido", diz a mensagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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