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Reforma Tributária: Bolsonaro se manifesta contra o texto em meio a articulação de Tarcísio

Em publicação no Twitter nesta manhã, o ex-presidente se manifestou contra a reforma tributária. “Não à Reforma Tributária do PT”, escreveu

Reforma tributária: Bolsonaro se manifesta contra após Tarcísio apoiar (Alan Santos/PR/Flickr)

Reforma tributária: Bolsonaro se manifesta contra após Tarcísio apoiar (Alan Santos/PR/Flickr)

Publicado em 6 de julho de 2023 às 11h49.

Última atualização em 6 de julho de 2023 às 11h50.

Às vésperas da votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disparou a artilharia contra o projeto e cobrou a base bolsonarista a votar contra. Parte do recado é direcionado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se reuniu na quarta-feira em Brasília com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e disse estar de acordo com 95% da reforma.

Em publicação no Twitter nesta manhã, o ex-presidente se manifestou contra a reforma tributária. “Não à Reforma Tributária do PT”, escreveu. “O texto final da PEC somente ficará pronto hoje, por volta das 18h. A pressa em votá-lo só nos traz mais preocupações com os já sofridos pagadores de impostos.” Bolsonaro pediu para “aqueles que se elegeram com nossa bandeira de ‘Deus, Pátria, Familia e Liberdade'” votem contra a PEC.

Bolsonaristas se irritaram com o fato de Tarcísio ter demonstrado apoio à reforma ao lado de Haddad. O ministro da Fazenda, por sua vez, elogiou a atuação do governador de São Paulo em colocar os “interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias".

Ao longo da última noite, aliados do ex-presidente torpedearam o projeto em uma série de publicações. O ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou em nome do ex-chefe um texto cobrando oposição plena aos projetos do governo Lula no Congresso: "a todos aqueles que se elegeram com nossas bandeiras de 'Deus, Pátria, Família e Liberdade', peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária".

"Não à Reforma Tributária. Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel Castro, Lula, FARC, ...), diz ter orgulho de ser comunista, que a Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras, seu partido fez ferrenha oposição a nós por 4 anos e comemorou a minha inelegibilidade. Só por isso, caso fosse deputado, votaria ao longo de todo o meu mandato contra tudo que viesse do PT", diz o texto assinado por Bolsonaro.

Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e Mario Frias (PL-RJ), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, compartilharam a publicação que coloca mais pressão sobre Tarcísio.

O objetivo é colar a ideia de que a reforma tributária é um projeto estritamente relacionado a Lula e ao PT, ignorando a articulação de Lira e outros parlamentares, empresários e especialistas na formatação do projeto.

PL se encontra com Bolsonaro e Tarcísio

O PL não deve liberar a bancada para votar a reforma — o partido se encaminha para orientar os deputados a votar contra, sem punir a eventuais dissidentes. Caso feche questão contra o projeto, isto é, obrigue a bancada a votar desfavoravelmente, a sigla abre brecha para punições.

O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirmou em entrevista à GloboNews nesta manhã que, até agora, a maioria de sua bancada é contra o texto. A sigla vai se reunir com o ex-presidente e com o governador de São Paulo para decidir o assunto antes da votação.

Côrtes fez questão de lembrar que "o governador de São Paulo foi escolhido pelo presidente Bolsonaro para aquela candidatura" e declarou que Tarcísio pode até convencer algum deputado do PL a votar a favor, mas que o partido vai decidir conjuntamente.

"A posição do presidente Bolsonaro vai dar o tom da nossa orientação. Estou indo para uma reunião, e espero encontrar o governador Tarcísio", afirmou o líder.

O que é a reforma tributária?

O objetivo da Reforma Tributária é simplificar o complexo sistema de impostos no Brasil. Mas, como o país tem uma dívida pública elevada, precisa manter gastos sociais – como em Saúde, Educação e transferência de renda – e retomar investimentos em obras de infraestrutura, não há espaço, na avaliação do governo e dos parlamentares, para reduzir a carga tributária brasileira.

O que muda com a reforma tributária?

A tributação será simplificada. Não haverá mais distinção entre produtos e serviços: o CBS e o IBS terão uma mesma alíquota em todo o país e vão incidir no consumo.

Além disso, serão gerados créditos tributários ao longo da cadeia produtiva para não haver incidência em cascata, ou seja, imposto cobrado sobre imposto.

Quando as mudanças da reforma tributária entram em vigor?

Uma vez aprovada, a reforma terá uma fase de transição. O novo modelo deve estar plenamente implementado, para todos os tributos, só em 2033.

Com informações da Agência o Globo. 

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