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Real valorizado e falta de mão de obra são entraves para Brasil

Pesquisa da FGV mostra desaceleração do crescimento do país, mas entidade aponta que expansão deve continuar

Para a FGV, o aumento na exportação de commodities tornou a economia mais vulnerável (Divulgação/EXAME)

Para a FGV, o aumento na exportação de commodities tornou a economia mais vulnerável (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 13h44.

Rio de Janeiro - A falta de mão de obra qualificada e de competitividade no mercado internacional, provocada pelo câmbio desfavorável às exportações brasileiras, continua sendo o principal entrave para a economia brasileira. A constatação é da pesquisa Sondagem Econômica da América Latina de outubro deste ano, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e o instituto alemão Ifo.

De acordo com a pesquisadora da FGV Lia Valls, também foram apontados como entraves a inflação, barreiras comerciais à exportação e o déficit público.

“No Brasil, um dos temas que está muito forte na discussão é, principalmente, a questão do câmbio. Em termos das nossas exportações, a participação maior é das commodities. Antes eram as manufaturas. Houve uma mudança na pauta de exportação brasileira, o que, para alguns, é uma coisa complicada, porque preço de commodities sobe e desce, o que torna nossa economia um pouco mais vulnerável”, disse.

A pesquisa aponta que o Índice de Clima Econômico no Brasil, que mostra a opinião de especialistas sobre a economia do país, reduziu-se de 7,3 para 6,8 pontos entre julho e outubro deste ano. O Índice da Situação atual passou de 8,4 para 7,9 pontos.

No caso do Índice de Expectativa para os próximos seis meses, a redução foi de 6,1 para 5,7 pontos. Apesar da redução, a FGV ainda considera que o país está na fase de boom (expansão).

“Isso está longe de apontar para uma recessão. Mostra somente uma desaceleração do crescimento, que já era esperada. A expectativa é que se cresça neste ano 7,8%, 7,6%. No ano que vem, já era esperado que desacelerasse um pouquinho. Nós estamos bem. Precisamos saber o que vai acontecer no ano que vem, o que é uma incógnita, para garantir, aí sim, um ciclo de expansão mais sustentado da economia brasileira”, disse Lia Valls.

Na América Latina, o índice diminuiu de 6,0 para 5,8 pontos no mesmo período. Já o índice médio mundial baixou de 5,7 para 5,5 pontos.

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