Raquel Dodge pede suspensão de inquérito da Odebrecht contra Temer
No começo do mês, a PF indiciou o presidente nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em inquérito que investiga repasse em 2014
Reuters
Publicado em 26 de setembro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 26 de setembro de 2018 às 08h16.
São Paulo - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge , pediu nesta terça-feira a suspensão de inquérito que investiga repasse de dinheiro ao presidente Michel Temer pela empreiteira Odebrecht sob alegação de que a Constituição proíbe que o presidente seja denunciado por atos anteriores ao mandato.
"O pedido consta em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e deve-se ao fato de o presidente ter imunidade temporária à persecução penal", informou a Procuradoria-Geral da República em nota.
No começo do mês, a Polícia Federal indiciou Temer nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em inquérito que apura um repasse de 10 milhões de reais feito pela Odebrecht ao seu partido, o MDB, em 2014, quando ele era vice-presidente.
O Palácio do Planalto classificou as conclusões da PF no inquérito de "um atentado à lógica e à cronologia dos fatos", e afirmou à época do indiciamento que o que foi pedido à Odebrecht durante um jantar em 2014 foram recursos para campanhas eleitorais que, de acordo com nota, foram registrados na conta do partido e declarados à Justiça Eleitoral.
Na mesma manifestação desta terça-feira, Dodge solicitou que seja reconhecida a incompetência superveniente do STF para processar os demais investigados no inquérito, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
"Em relação aos dois, o pedido é para que o caso seja remetido à primeira instância para que o MPF no Distrito Federal analise as provas colhidas", acrescenta a PGR na nota.