Temer: ele prometeu novamente afastar provisoriamente os ministros que forem denunciados na Lava Jato (Adriano Machado/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 10 de março de 2017 às 16h28.
Última atualização em 10 de março de 2017 às 16h33.
O presidente Michel Temer disse que quer ser lembrado na história pelo serviço que prestou ao país promovendo as reformas necessárias.
Em entrevista à rádio CBN, ele negou se candidatar à reeleição em 2018 mesmo que as mudanças estruturais encaminhadas por ele sejam aprovadas e o Brasil esteja em uma situação melhor.
De acordo com o presidente, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, não tem "influência nenhuma" no governo.
Ao repetir a promessa de afastar provisoriamente os ministros que forem denunciados por fatos relativos à operação, Temer disse que a saída temporária será "evidentemente sem subsídios".
"Se eu chegar ao fim do governo nessas condições [aprovação das reformas e recuperação econômica], e tenho quase que absoluta certeza que chegarei, a única coisa que quero é ser reconhecido pela história. Quero ser recordado pelo serviço que faço ao meu país, e ser reconhecido como quem prestou um serviço pelo país", afirmou, negando que será mordido pela "mosca azul" do poder, como indagou o jornalista Jorge Bastos Moreno, na entrevista.
Sobre as dificuldades para aprovação da reforma da Previdência, o presidente voltou a defender que ela seja aprovada "tal como está" no Congresso Nacional.
Segundo ele, o governo federal encaminhou a proposta que "acha necessário para que o Brasil não se transforme [fique com situação semelhante] em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais", que estão com "enormes dificuldades" no orçamento previdenciário.
"O Brasil não pode, daqui a quatro, cinco anos, transformar-se numa figura como estão os estados brasileiros", disse.
Questionado sobre as críticas do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, segundo quem o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha está ocupando espaço no governo, o presidente negou. "Absolutamente não existe [influência]. Imagine se o Eduardo Cunha, que está distante, pode influenciar alguma coisa aqui? Não tem influência nenhuma", respondeu.
Segundo ele, Renan Calheiros, que comandou o Senado até fevereiro deste ano, tem dialogado permanentemente com o governo.
"Tenho certeza de que ele vai continuar nos ajudando. Vai nos ajudar na aprovação das reformas. Tenho certeza que nossa relação vai continuar sólida", disse.