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Quero deixar claro que não sou candidato a presidente, diz Doria

Em evento em NY, o prefeito de São Paulo aproveitou para criticar a reeleição de cargos e defendeu um modelo de reforma política

Doria: ele participou, nesta segunda-feira, de evento promovido pela Fundação Getulio Vargas na cidade norte-americana (Nacho Doce/Reuters)

Doria: ele participou, nesta segunda-feira, de evento promovido pela Fundação Getulio Vargas na cidade norte-americana (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2017 às 11h26.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 17h45.

São Paulo - Repetindo que não é candidato a cargo público em 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), sugeriu que a definição sobre uma eventual candidatura sua em 2018 será tomada no ano que vem.

Em entrevista ao Financial Times, em Nova York, o tucano disse que há um cansaço dos brasileiros em relação à classe política e uma injustiça ao generalizar todos.

"Eu não sou candidato. Eu sou prefeito da cidade de São Paulo e a minha missão, a minha obrigação, é continuar sendo um bom prefeito. E tudo a seu tempo. 18 em 18", disse Doria na entrevista, que foi transmitida por sua página no Facebook.

Também nos Estados Unidos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político de Doria, voltou a falar que está preparado para ser candidato a presidente pelo partido.

O prefeito afirmou que no próximo ano os eleitores deverão votar em quem oferece alternativas de gestão na administração pública.

"Eu acredito na retomada do conceito de que é mais importante acreditar em candidatos que possam oferecer alternativas de gestão, de eficiência para a administração pública brasileira", afirmou o prefeito. Falando sobre seu perfil, o tucano repetiu seu jargão ao dizer que não é político.

Doria destacou que espera a aprovação das reformas previdenciária e trabalhista em 2017 e que o ano que vem seja "coroado" com a eleição de candidatos que tenham compromissos verdadeiros com o Brasil, "e não ideologicamente inspirados".

O prefeito reconheceu que há um descontentamento no país com a classe política por causa dos casos de corrupção.

"Há um certo cansaço da população em relação à classe política, ainda que injusto ao generalizar", disse.

Mais uma vez, o tucano criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que não será com o petista que o Brasil vai mudar depois de a imagem do País ter sido "colocada no chão" durante as gestões petistas.

"Mas essa é uma decisão soberana, o povo deve decidir, além da Justiça, já que Luiz Inácio Lula da Silva tem cinco processos que ele está respondendo criminalmente", declarou.

Ele voltou a culpar os governos de Lula e Dilma Rousseff por "produzir" 14 milhões de desempregados e o maior "assalto ao dinheiro público" na Petrobras.

O tucano disse ainda que houve pagamento de políticos e a compra de "juízes, facilidades, luxos, lanchas, automóveis de luxo, apartamentos e obras de artes" com dinheiro da corrupção.

O prefeito afirmou que acredita na valorização de uma política mais liberal no Brasil.

Nesse contexto, ele afirmou que as propostas do presidente Michel Temer (PMDB) em reformar a Previdência e as relações trabalhistas não foram bem comunicadas pelo governo, mas que isso foi corrigido na sequência.

"A comunicação não foi bem feita. Agora, sim, está correta e o apoio cresceu. Tenho convicção que podemos aprovar essas duas reformas no Congresso Nacional", disse.

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