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Marun: Quem quiser apoio do MDB nas eleições precisa defender o governo

O ministro da Secretaria de Governo falou sobre a possibilidade de o MDB abrir mão da candidatura própria para formar uma chapa única com outros partidos

Marun e Temer: "se o Alckmin quiser o apoio do governo, tem que defender o governo", disse o ministro (Adriano Machado/Reuters)

Marun e Temer: "se o Alckmin quiser o apoio do governo, tem que defender o governo", disse o ministro (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de maio de 2018 às 09h22.

Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, elevou o tom nesta segunda-feira, 7, sobre a possibilidade de o MDB abrir mão da candidatura própria para formar uma chapa única com outros partidos de centro. Marun disse que todos os candidato desse campo político "estão patinando" nas pesquisas. Além disso, condicionou o apoio do partido à defesa do governo.

"Se o Alckmin quiser o apoio do governo, tem que defender o governo. Quem quiser o apoio do governo, tem que defender o governo e exaltar o que fizemos juntos. O PSDB foi governo até esses dias. Quem quiser seguir conosco na eleição tem que ter a sinceridade de defender isso porque ou foram governo até esses dias ou continuam no governo", explicou. "Ou não coligam com o MDB."

As afirmações foram feitas após reunião entre o presidente Michel Temer e representantes de diretórios do MDB nos Estados, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Também participaram do encontro os ministros de Minas e Energia, Moreira Franco, da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR).

Marun disse que o partido tem dois bons nomes para a disputar a eleição, em referência a Temer e Meirelles, e só vai deixar de liderar a chapa se for por uma candidatura que seja de "exaltação" ao legado do governo emedebista. Ele classificou de "hipocrisia" os candidatos de centro que tentam, às vésperas da eleição, se afastar da gestão emedebista.

"Não estamos fechando possibilidade de conversas com outros candidatos, mas sem hipocrisia, nós fizemos o impeachment e fizemos um governo de coalização. É até hipócrita a atitude daqueles que, tendo feito o impeachment, tendo participado do governo, agora podem disputar a eleição como se não fossem governo", criticou, sem citar diretamente os tucanos.

"Esse governo fez muito, então a eleição é o momento para que estas ações sejam destacadas. Se não (for assim), nós já temos candidato, somos um grande partido e vamos para eleição."

Por fim, o ministro também fez críticas às candidaturas que ouvem mais os marqueteiros e negam a realidade. "Tem candidatura de extrema-direita, tem extrema-esquerda e nós estamos tentando a candidatura de bom senso. A viabilidade de uma candidatura de bom senso só vai aparecer no momento da eleição. Estamos vendo todo mundo patinando diante dessa campanha de criminalização da política da qual somos vítimas. (Há candidatos que) ouvem marqueteiro e aceitam ser ventríloquo na perna de marqueteiro", disse Marun.

Nos bastidores, Alckmin e Temer iniciaram conversas por uma união entre os dois partidos na eleição presidencial. A ideia seria o tucano ser o candidato presidencial em troca de defender as medidas da gestão emedebista.

Além de discutirem a formação de uma chapa de centro, os dirigentes do MDB também conversaram sobre as candidaturas próprias que a legenda terá nos Estados. É a segunda reunião do tipo realizada pelo partido. A primeira aconteceu há duas semanas e a próxima está marcada para esta terça-feira, 8.

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