De acordo com Estael Sias, meteorologista da MetSul, o diferencial do outono de 2023 para o de anos anteriores é a temperatura do Pacífico, após três anos de La Niña (Wavebreakmedia Ltd/ Thinkstock/Thinkstock)
Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2023 às 09h21.
Última atualização em 20 de março de 2023 às 09h43.
O outono, que começa às 18h25 desta segunda-feira, não promete mudanças abruptas no clima a curto prazo. A chuva, concentrada sobretudo no Centro-Oeste e Sudeste durante o verão, deverá se distribuir pelo país, o que aliviará a estiagem no Sul e levará chuvas mais intensas para a região Nordeste.
De acordo com Estael Sias, meteorologista da MetSul, o diferencial do outono de 2023 para o de anos anteriores é a temperatura do Pacífico, após três anos de La Niña, fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas deste oceano. Os impactos, segundo especialistas, serão vistos no comportamento da chuva e na temperatura da estação.
Os dias quentes serão normais em abril, maio e até junho. Segundo a MetSul, o outono terá predomínio de dias com temperatura acima da média, quentes para a época do ano. Os episódios de frio, contudo, serão pontuais e fortes.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a primeira semana do outono de 2023 no Brasil terá uma redistribuição da umidade pelo território. A expectativa é a de que o Sul tenha maior frequência de pancadas de chuva, enquanto o Sudeste e uma parte do Sul tenham mais dias de tempo seco e calor pela frente.
A previsão também indica que, até esta terça-feira, 21, pancadas de chuva e trovoadas ocorram em todo o centro-norte da região Nordeste, principalmente no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e em áreas isoladas do sertão de Pernambuco e da Paraíba.
O Oeste e o Sul do Estado têm maior propensão a sofrer influência de massas de ar frio durante a estação. Além disso, será comum a ocorrência de mudanças bruscas de temperatura, que também podem estar acompanhadas de vento forte.
A MetSul adverte para a possibilidade de episódios pontuais de chuva mais volumosa e extrema à medida que o inverno se aproxima. Esses episódios poderão gerar inundações e alagamentos.
No Sul, a estação começa com chuvas irregulares, principalmente no Rio Grande do Sul. Em abril, as temperaturas ainda estarão acima da média e os volumes de chuva aumentarão gradualmente. Quem mora na região também poderá esperar por grandes variações térmicas, sempre alternando com temperaturas um pouco mais altas.
No Sudeste, abril começará com algumas pancadas de chuva típicas do verão, mas o tempo seco passará a predominar. Não são esperadas temperaturas elevadas, principalmente no interior de São Paulo e Minas Gerais. Na faixa litorânea do Rio de Janeiro e São Paulo, alguns eventos de chuva extrema ainda podem ocorrer durante a passagem de frentes frias.
O Centro-Oeste deverá ter temperaturas mais quentes no decorrer do outono. Em abril haverá pancadas de chuva típicas de verão entre o norte de Mato Grosso e Goiás, mas, assim como no Sudeste, na segunda quinzena predominam os dias de tempo firme. A temperatura fica acima da média entre maio e junho no MT, oeste de GO e norte e oeste do Mato Grosso do Sul.
As chuvas ainda ocorrerão com frequência no Nordeste em abril. Ela seguirá volumosa ao norte da região em maio, mas diminuirá em junho. Os distúrbios ondulatórios de leste ficam presentes ao longo da estação e contribuem ativamente para a presença da chuva na costa leste nordestina. As temperaturas ficarão abaixo da média nesse período, mas, em junho, o calor voltará a aumentar.
O Norte do país terá um mês de abril chuvoso, principalmente no Pará e Tocantins, onde os volumes ficam acima da média. A temperatura acompanha esta tendência, mas o clima deve ficar abafado. Nas outras áreas a temperatura sobe no decorrer do outono e fica acima da média. As chuva frequentes da estação de outono elevam o nível dos rios da Bacia Amazônica, provocando as cheias do rios entre junho e julho.