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PT gaúcho de oposição pede encontro nacional extraordinário

A Carta de Porto Alegre faz duras críticas à política econômica do governo e foi aprovada e publicada pelo PT do Rio Grande do Sul


	Deputado Paulo Pimenta (PT-RS): "queremos fazer com que o PT avance não só em termos de conteúdo, mas também em mobilização e organização"
 (Antonio Cruz/ABr)

Deputado Paulo Pimenta (PT-RS): "queremos fazer com que o PT avance não só em termos de conteúdo, mas também em mobilização e organização" (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 11h52.

São Paulo - Um grupo de petistas que faz oposição à corrente majoritária do partido lançou manifesto pedindo um encontro nacional extraordinário para discutir temas que o congresso da legenda não decidiu.

A Carta de Porto Alegre, uma resposta à Carta de Salvador divulgada pela Construindo um Novo Brasil (CNB) na véspera do congresso em junho, faz duras críticas à política econômica do governo e foi aprovada e publicada pelo PT do Rio Grande do Sul, que agora busca apoio em outros Estados para a convocação de um novo Encontro Nacional ainda em 2015.

Para que o encontro seja convocado, a oposição no partido precisa da assinatura de 1/3 dos 800 delegados da legenda.

Para chegar ao número previsto no estatuto, os idealizadores do documento buscam o apoio de correntes de oposição interna, como a Mensagem ao Partido, o Movimento PT e a Articulação de Esquerda.

Juntas, as três correntes têm 320 delegados, mais do que o necessário para a convocação.

"Queremos convocar um novo encontro para debater tudo que o 5º Congresso empurrou com a barriga", explica o deputado estadual Raul Pont (RS), um dos líderes da Democracia Socialista, que compõe a Mensagem ao Partido.

A Carta de Porto Alegre começa com uma frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que o PT tenha uma "nova utopia" e uma "revolução interna" para atrair a juventude.

As críticas de Lula ao partido, feitas publicamente duas semanas depois do congresso em Salvador, foram bem recebidas pelas correntes de oposição, mas não pela CNB, corrente da qual Lula faz parte.

No documento, o embate final do 5º Congresso é chamado de "esvaziada plenária de Salvador". "O PT não tomou decisões importantes no congresso. Não decidiu financiamento empresarial, reafirmou uma política de alianças que não existe mais, não tomou decisões sobre a organização interna do PT. O congresso não ajudou o governo e não ajudou o partido", critica o presidente do PT do Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi.

Líderes da Mensagem ao Partido, corrente que tem 164 dos 800 delegados, disseram que "há uma simpatia" à ideia de um novo encontro ainda este ano.

Alguns, como o deputado federal Paulo Teixeira (SP), candidato da corrente na última eleição interna, já assinaram o documento.

O também deputado da Mensagem Paulo Pimenta (RS) diz que a intenção não é fazer mobilizações baseadas apenas "naquele movimento tradicional de correntes que sempre existiu no PT", mas uma processo de adesões "supratendências". "Não vamos trabalhar somente de maneira tradicional, procurando as tendências e grupos. Queremos fazer com que o PT avance não só em termos de conteúdo, mas também em mobilização e organização", diz Pimenta.

Ary Vanazzi foi a Brasília no início da semana negociar, principalmente, com os parlamentares petistas autores do manifesto "Mudar o PT para continuar mudando o Brasil", lançado na véspera do 5º Congresso.

Vannazzi, que é da Articulação de Esquerda, voltou com a assinatura de sete dos 33 deputados, mas com uma nova reunião marcada para o dia 15. Outros parlamentares ficaram de consultar as bases.

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