BNDES: o banco detém 23% do capital da JBS (Nacho Doce/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de agosto de 2017 às 15h42.
Brasília - Após a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Senado, na semana passada, os líderes do PMDB e do PT na Casa desistiram da obstrução e fizeram as indicações para compor o colegiado.
O PMDB escolheu os senadores Airton Sandoval (SP), Elmano Ferrer (PI) e João Alberto Souza (MA) como titulares, enquanto os senadores Zezé Perrella (MG) e Romero Jucá (RR), presidente nacional do partido e líder da legenda no Senado, foram indicados como suplentes da sigla.
Já o PT indicou o líder do partido na Casa, Lindbergh Farias (RJ), como representante.
No mesmo bloco, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) também foi escolhido para a segunda vaga e o senador Paulo Rocha (PT-PA) foi indicado como suplente.
Após mais de dois meses desde a criação da CPI, a comissão foi instalada na semana passada, depois de atingir a maioria dos integrantes (11 dos 21 membros).
Na ocasião, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito o presidente do colegiado e Roberto Rocha (PSB-MA), relator.
Autor do pedido de criação da comissão parlamentar, Rocha pediu atenção especial à linha de crédito para a internacionalização de empresas operada a partir de 2007, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi essa linha que permitiu aos irmãos Batista, donos da JBS, internacionalizar as operações por meio da compra de frigoríficos em diversos países, com destaque para os Estados Unidos.
Além de financiar as aquisições da JBS, o BNDES ainda comprou participação na empresa por meio da BNDES Participações (BNDESpar), uma subsidiária.
Hoje, o banco detém 23% do capital da JBS. Após investigações, o Tribunal de Contas da União (TCU) estimou em R$ 711 milhões o prejuízo até aqui acumulado pelo BNDES com essa parceria.
Rocha já sinalizou que pretende convocar os donos da JBS para depor, medida que desagrada a peemedebistas e aliados do presidente Michel Temer.
De acordo com a assessoria do senador do PSB do Maranhão, os membros da CPI farão apenas uma reunião interna esta semana para tratar de assuntos administrativos.
O primeiro encontro deliberativo da comissão de inquérito deve ficar para a próxima semana, quando o relator apresentará o plano de trabalho. A CPI é formada por 13 membros titulares e oito suplentes.
Também fazem parte da CPI os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Ivo Cassol (PP-RO), Sérgio Petecão (PSD-AC), Gladson Cameli (PP-AC), Randolfe Rodrigues (REDE-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Pedro Chaves (PSC-MS) e Cidinho Santos (PR-MT).
As vagas de dois membros suplentes do bloco formado por PSDB, PV e DEM ainda não foram preenchidas até esta segunda-feira, 7.