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PT deve pedir afastamento de Cunha por chantagem, diz jornal

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara teria chantageado três parlamentares. Entenda o caso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Lula Marques/Agência PT)

Valéria Bretas

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 08h48.

São Paulo – Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) devem apresentar hoje ao Supremo Tribunal Federal ( STF ), um pedido de afastamento do presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por chantagem e abuso no cargo.

Segundo relato da coluna da Mônica Bergamo do jornal Folha de S. Paulo, os deputados da bancada petista vão expor testemunhos e evidências de que Cunha utilizou seu poder no cargo para barrar as investigações que seguem contra ele no parlamento.

De acordo com a publicação, o peemedebista teria ameaçado três membros do PT que fazem parte da Comissão de Ética da Câmara ao dizer que, caso fossem favoráveis à votação de abertura de um processo contra ele, acataria a solicitação de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

"Ele estava claramente chantageando. Não aceitamos a chantagem. No mesmo dia em que anunciamos que votaríamos pela admissibilidade das investigações contra ele, Eduardo Cunha dá seguimento ao impeachment", disse à coluna o deputado e vice-líder do PT, Paulo Teixeira.

Procurado pelo jornal, o presidente da Câmara não se pronunciou sobre o caso.

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
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