Michel Temer: Temer é alvo de ação proposta pelo PSDB que pede a cassação da chapa presidencial reeleita em 2014 (./Getty Images)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 28 de novembro de 2016 às 15h40.
Última atualização em 28 de novembro de 2016 às 20h08.
Brasília – O PSOL protocolou nesta segunda-feira (28) um pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB)
A legenda se baseia nas denúncias do ex-ministro Marcelo Calero (Cultura), feitas em depoimento à Polícia Federal de que Temer interveio em favor dos interesses pessoais do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deixou a Secretaria de Governo na última sexta.
De acordo com o ex-ministro da Cultura, o presidente pediu que ele resolvesse o impasse na liberação do empreendimento imobiliário em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.
“Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade sem margem para dúvidas”, afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) na sexta-feira (25).
Os oposicionistas, porém, enfrentarão uma dificuldade para levar adiante o pedido de afastamento de Temer. Para o processo ser aberto, o pedido precisa ser acolhido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é um dos aliados mais próximos do governo.
A expectativa é de que o depoimento de Calero sustente mais de um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Antes de protocolar o pedido, Valente disse que tanto Geddel quanto Temer praticaram os crimes de tráfico de influência e advocacia administrativa (uso de cargo público para defender interesse particular). O líder do PSOL afirmou ainda que Temer foi "condescendente" ao não demitir Geddel.
"O interesse privado do ministro Geddel em um apartamento de luxo virou um problema da cúpula do governo", destacou o deputado do PSOL.
Minoria prepara pedido “mais robusto”
Assim como o PSOL, a liderança da minoria no Senado também promete apresentar um pedido de impedimento contra Temer. O documento deve ser protocolado entre quarta-feira (30) e quinta-feira (1).
No final de semana, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) articulou com movimentos sociais e advogados o pedido de afastamento do peemedebista.
Em São Paulo, o petista negociou o texto durante reunião com dirigentes da CUT, MTST, UNE e Central dos Movimentos.
No final da tarde desta segunda-feira, os integrantes da minoria se reúnem na liderança do PT na Câmara para avaliar as ideias recebidas pelos movimentos sociais e juristas e deixar o pedido de impeachment mais “robusto”, segundo palavras da própria assessoria de Lindbergh.