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PSL e OCDE: os espinhos em evento da direita em São Paulo

Edição brasileirada CPAC, reunião da direita conservadora, terá destaque para ala olavista do governo

Eduardo Bolsonaro: indicado à embaixada em Washington é o organizador da versão brasileira da CPAC (Paola de Orte/Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro: indicado à embaixada em Washington é o organizador da versão brasileira da CPAC (Paola de Orte/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 06h59.

Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 09h56.

São Paulo — Começa com gosto amargo a primeira edição brasileira de um dos maiores eventos da direita conservadora no mundo, nesta sexta-feira, em São Paulo. O CPAC (Conservative Political Action Conference), criado nos Estados Unidos, vai até sábado e foi pensado para aproximar a agenda política de americanos trumpistas e brasileiros bolsonaristas.

O problema é que o evento começa um dia depois de os Estados Unidos não terem endossado, em documento oficial, a candidatura brasileira à OCDE, o clube de países ricos, apesar de repetidos sinais neste sentido fornecidos por Donald Trump e seus aliados. A repercussão foi tão negativa que Trump foi ao Twitter reiterar apoio ao pleito brasileiro, chamando a mídia que reporta fatos de seu próprio governo de “fake news”.

O evento conservador também acontece em meio a uma queda de braço entre Bolsonaro e seu partido, o PSL. O presidente estuda uma forma de abandonar a legenda ligada a candidaturas laranja como forma de descolar seu nome dos escândalos, sem com isso ter que abrir mão de até 700 milhões de reais de verbas partidárias.

“Querem me rotular como corrupto ou dono de laranjal”, disse o presidente ontem em sua transmissão semanal nas redes sociais. O presidente do PSL, Luciano Bivar, foi desconvidado na quarta-feira.

Neste contexto, o CPAC será uma nova oportunidade de falar à base de apoiadores mais próximos ao governo. Outras possíveis estrelas do conservadorismo nacional, como os governodores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ou de São Paulo, João Doria, não vão participar. Os dois são possíveis adversários de Bolsonaro em 2022. Assim, o evento será dedicado à ala “ideológica” do governo, ligada ao escritor Olavo de Carvalho.

Bolsonaro é esperado para a abertura do evento (informação ainda não confirmada pela presidência). O evento deve ter também os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e indicado à embaixada brasileira em Washington, é o responsável por trazer ao Brasil a CPAC, realizada nos EUA desde 1973.

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