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Promessas de campanha de Doria ficam de fora do programa

Na lista de propostas não incluídas no plano divulgado ontem estão a contratação de 800 médicos e a ampliação de escolas em tempo integral

Campanha: Doria não incluiu nem as promessas mais recentes, como acabar com a Cracolândia (Facebook João Doria/Reprodução)

Campanha: Doria não incluiu nem as promessas mais recentes, como acabar com a Cracolândia (Facebook João Doria/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de março de 2017 às 09h21.

São Paulo - A gestão do prefeito João Doria (PSDB) não transformou em metas de governo uma série de promessas feitas pelo tucano durante e depois da campanha eleitoral em 2016.

Na lista de propostas não incluídas no plano divulgado ontem estão a contratação de 800 médicos e a ampliação de escolas em tempo integral.

Ao todo, o plano de Doria para ser executado até 2020 contém apenas 50 metas, mas cada uma é acompanhada de projetos e uma série de ações necessárias para alcançar a meta pretendida, como construir 40 creches e entregar 6 postos de saúde.

Mesmo em suas ações secundárias, o programa recém-lançado deixa de lado importantes promessas feitas pelo prefeito durante a campanha.

No caso da contratação de 800 médicos, por exemplo, que Doria prometeu durante uma propaganda eleitoral na TV, o plano lista como ação "implantar novas equipes de atenção básica com médicos clínico geral, ginecologista e pediatra" dentro da meta de "aumentar a cobertura da atenção primária à saúde para 70% na cidade", sem mencionar quantos profissionais serão contratados.

O mesmo ocorre na área de drenagem e combate a enchentes. Doria prometeu na campanha construir 30 piscinões, mas agora definiu como meta "reduzir em 15% as áreas inundáveis da cidade" e como ação "elaborar projetos de obras prioritárias de controle de cheias".

Na área de transportes, Doria prometeu depois de eleito, em outubro do ano passado, implementar o Rapidão, um corredor de ônibus tipo BRT (Bus Rapid Transist) ainda em 2017.

Agora, a ação prevista é implementar primeiro trecho "piloto" por meio de parceria com o setor privado, dentro de uma meta mais ampla, que é "aumentar em 7% o uso do transporte público em São Paulo".

Até promessas mais recentes, como acabar com a Cracolândia, ficaram de fora do programa oficial. Não há meta relacionada ao tratamento de usuários de drogas, apenas "valorização do centro da cidade", que tem como uma das ações "desenvolver projeto de requalificação da Cracolândia".

Na Educação, Doria havia prometido erradicar o analfabetismo, mas definiu como meta "alcançar 95% dos alunos alfabetizados ao fim do segundo ano do Ensino Fundamental".

O plano também não faz menção à ampliação do ensino em tempo integral, que o prefeito prometeu ampliar durante a eleição.

O secretário de Gestão, Paulo Uebel, argumenta que a gestão Doria mudou o conceito de meta após estudar os planos das dez melhores cidades para se viver, como Zurique, na Suíça, e Munique, na Alemanha.

"Entendemos que a meta não poderia ser uma obra porque ela não é o fim em si mesma, mas o meio para atingir o fim", disse.

Percepção

Ele disse que as promessas foram rediscutidas porque Doria não tinha conhecimento desse conceito à época da campanha nem informações sobre a situação financeira da Prefeitura.

"Quando você vê os números, conhece a realidade e tem acesso ao corpo técnico, é natural que percepção fique muito mais profunda."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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