Maia: "O sistema Eletrobras suga da sociedade bilhões de reais todos os anos" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 19 de abril de 2018 às 16h25.
A base do governo do presidente Michel Temer tem enfrentado dificuldades para avançar com o processo de privatização da Eletrobras, encaminhado por meio de um projeto de lei que tem tramitado em uma comissão especial na Câmara dos Deputados, segundo avaliação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Eletrobras está lá na comissão, estou trabalhando por ela. A base tem tido dificuldades para organizar a sua maioria até para aprovar requerimento, e eu tenho trabalhado a favor e dito que é importante", disse Maia, em coletiva de imprensa após evento com investidores em São Paulo.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator do texto na comissão especial da Câmara, disse na semana passada o que o projeto caminhará "na velocidade que o Congresso permitir" e que o governo precisa angariar mais votos favoráveis.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que assumiu o cargo recentemente, também prometeu que o presidente Michel Temer publicaria em poucos dias um decreto que incluiria a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização (PND), o que ainda não se aconteceu.
Apesar do atraso, o governo ainda trabalha com a expectativa de publicação do decreto, o que permitiria a contratação de estudos sobre o processo de privatização.
Maia defendeu a desestatização da elétrica federal, citando que nos últimos anos a Eletrobras só tem gerado prejuízos. "O sistema Eletrobras suga da sociedade bilhões de reais todos os anos", disse.
"Acredito que a modelagem é boa. Se a gente conseguir que o setor privado assuma o sistema Eletrobras, a gente vai ter uma agência reguladora séria, forte, a gente vai ter condições de ter mais investimentos e que o Estado brasileiro deixe de sugar da sociedade recursos para manter um sistema ineficiente", argumentou.
Na terça-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que trabalha com a expectativa de que o projeto da privatização seja aprovado até o fim de maio no Congresso Nacional.