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Procuradoria quer manter ex-subsecretário de Cabral na cadeia

Francisco de Assis Neto teria recebido, num intervalo de 3 meses, mais de R$ 7,7 mi em dinheiro através de repasses dos delatores Renato e Marcelo Chebar

Cabral: para o Ministério Público Federal, Kiko "foi um dos maiores destinatários dos valores ilícitos obtidos pela organização criminosa" (Valter Campanato/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2017 às 15h25.

São Paulo - A força-tarefa da Operação Calicute, no Rio, pediu a manutenção da prisão de Francisco de Assis Neto, ex-subsecretário na área de Comunicação do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), em manifestação ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal.

Conhecido como Kiko, publicitário está preso preventivamente na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio.

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"Sobreveem fortes elementos no sentido de que Kiko, se posto em liberdade, seguirá integrando a Organização Criminosa, bem como praticando os crimes de lavagem para a referida organização, o que torna extremamente necessária a manutenção de sua custódia", afirma a Procuradoria da República, para quem estão "inabalados os fundamentos da prisão preventiva".

O ex-subsecretário foi capturado no Aeroporto do Galeão, no Rio, em 3 de fevereiro, na Operação Eficiência, desdobramento da Calicute. Kiko foi preso quando chegava ao Rio dos EUA, onde passava férias com a família.

A investigação aponta que o ex-subsecretário de Cabral teria recebido, num intervalo de 3 meses, mais de R$ 7,7 milhões em dinheiro vivo através de repasses dos delatores Renato e Marcelo Chebar, "que se apresentam como os doleiros responsáveis pela movimentação financeira da organização criminosa".

Para o Ministério Público Federal, Kiko "foi um dos maiores destinatários dos valores ilícitos obtidos pela organização criminosa".

"Sua atuação na lavagem de ativos desta Organização Criminosa é intensa, tendo movimentado mais de R$ 7 milhões somente no ano de 2014", aponta a Procuradoria.

"O acréscimo patrimonial e a participação societária relativamente recente de Kiko em empresas de diversos ramos da atividade econômica, somado ao forte aporte financeiro recebido da ORCRIM, confirmam a ocultação e lavagem de dinheiro contemporânea a investigação e a possibilidade de reiteração criminosa."

Na manifestação, a força-tarefa apontou para a "influência" de Kiko junto ao governo do Rio e citou Pedro Ramos de Miranda, suposto operador de Cabral.

"Em e-mail obtido com autorização judicial do correio eletrônico de Pedro Ramos de Miranda ('Ramos'), o qual Kiko solicita a Ramos agilidade junto ao Corpo de Bombeiros para aprovação do projeto de segurança do hotel em que tem participação societária em Copacabana. Seu pedido foi prontamente encaminhado ao comandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, demonstrando grande influência junto a cúpula da Administração Pública estadual", afirma a força-tarefa.

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