Brasil

Procuradoria diz que delação não gera suspeita sobre Wagner

Os diálogos indicam, por exemplo, que Wagner, então governador da Bahia, teria ajudado a OAS na liberação de recursos do governo federal


	Jaques Wagner: os registros foram obtidos por meio da apreensão do celular do executivo
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Jaques Wagner: os registros foram obtidos por meio da apreensão do celular do executivo (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 18h11.

Brasília - Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentou que não há dados prestados na delação de Walmir Pinheiro, executivo da UTC, que gerem suspeita sobre o ministro Jaques Wagner (Casa Civil).

A colaboração do executivo serviu de embasamento para o pedido feito pela PGR em novembro do ano passado e encaminhado ao gabinete do ministro Celso de Mello, que analisou a manifestação no último dia 19.

O arquivamento da menção a Wagner, portanto, não guarda relação com as trocas de mensagens entre o ministro e o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro.

Conforme a reportagem revelou, investigadores da Lava Jato identificaram menções ao nome do político e Léo Pinheiro. Os registros foram obtidos por meio da apreensão do celular do executivo.

Os diálogos indicam, por exemplo, que Wagner, então governador da Bahia, teria ajudado a OAS na liberação de recursos do governo federal.

Ele também teria intermediado o financiamento de campanhas municipais em Salvador em 2012, no período em que esteve no governo estadual.

A peça da PGR é assinada pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko.

Ela pede ainda o arquivamento de menções feitas aos deputados Paulinho da Força (PSD-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ).

"Walmir Pinheiro Santana também faz alusão a doações eleitorais oficiais aos deputados federais Paulinho da Força e Luiz Sérgio Nobrega de Oliveira, bem como ao ministro Jaques Wagner. Contudo, não fornece dados que gerem suspeita de ilicitude no pagamento e recebimento dessas vantagens. Por tal razão, revela-se necessário o arquivamento dos autos em relação aos indivíduos mencionados, detentores de prerrogativa de foro perante o STF", escreveu a vice-procuradora-geral.

Na delação, Walmir Pinheiro afirmou que "jamais esteve" com Jaques Wagner, mas que sabe que Ricardo Pessoa, dono da UTC, conhece o ministro desde o tempo em que era engenheiro. Ele afirmou ainda que Pessoa teria feito doações para a campanha de Jaques Wagner de 2006 e que os repasses "sempre foram oficiais e fruto das relações de amizade".

Ele respondeu ainda que a UTC tem duas obras na Bahia, Estado político do ministro da Casa Civil.

Acompanhe tudo sobre:GovernadoresJaques WagnerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Avião cai em avenida principal de Gramado, na Serra Gaúcha

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'